Sob nova direção, Estação Rodoviária de Alegrete resiste à crise no setor e projeta melhorias

O fechamento de rodoviárias têm se tornado uma realidade crescente no Rio Grande do Sul, expondo a crise no transporte intermunicipal. O encerramento das atividades em diversas estações rodoviárias, seguindo uma tendência que afeta dois terços das cidades gaúchas, não é o caso de Alegrete.

Recentemente há notícia que Santiago encerrará suas atividades da Estação Rodoviária e o principal motivo da solicitação do encerramento das atividades é o baixo fluxo de passageiros que usam o transporte rodoviário. E também a rodoviária de São Pedro do Sul acena com essa possibilidade, motivou a reportagem a visitar o terminal rodoviário em Alegrete no último dia 20.

A nova gerente de operação Thaiane Linck assumiu a coordenação no último dia 11. Ela atendeu a reportagem e destacou que administração tem foco no trabalho da manutenção dos serviços e melhorias aos passageiros. Após um fim de ano com boa movimentação de passageiros, o período de férias superou a expectativa. Ela reitera que o movimento de passageiros foi satisfatório e já projeta melhorias para o restante do ano.

Com uma equipe composta por 9 colaboradores ela explica que a concessão da rodoviária não tem ingerência sobre a empresa JBL, por isso a rodoviária está fechada no horário em que passageiros que usam a linha. Apenas é cedido um guichê para comercialização dos bilhetes da empresa.

Atualmente são 14 linhas intermunicipais e uma para o interior do município em que a concessão do local atende. O maior município em extensão territorial tem somente uma linha para o Passo do Silvestre, as demais para o interior foram extintas. A atual Rodoviária de Alegrete, que fica no centro da cidade, tem 52 anos e foi fundada em 03 de agosto de 1972, na gestão do prefeito Arnaldo da Costa Paz.

Com uma lancheria e uma bomboniere, o local possui banheiros, seis boxes e com bancos no interior e na parte exterior. Algumas reformas estão sendo planejadas para melhorias aos passageiros.

De acordo com o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), o número de bilhetes vendidos em rodoviárias despencou 66% nos últimos 10 anos, passando de 32,2 milhões em 2013 para 10,9 milhões em 2023. Em novembro de 2024, apenas 184 rodoviárias estavam em funcionamento no estado, menos da metade do que já existiu. E nesse cenário a estação em Alegrete vem resistindo a tendência no RS de fechar terminais. Thaiane comemora o incremento de mais uma nova linha com destino a capital do Estado. Em breve, serão cinco horários para o principal destino dos passageiros que circulam pelo local. Para Quaraí e Santana do Livramento existe uma linha e somente nas sextas-feiras. Para São Borja, não existe linha direta, somente com baldeação indo a Uruguaiana. Porém é possível adquirir a passagem em Alegrete para São Borja. A gestora afirma que o movimento mensal está dentro do previsto e que a venda de passagens interestaduais segue aquecida. A maior empresa a operar no terminal é a Planalto Transporte, responde por mais de 70% das linhas existentes.

O passageiro que adquirir o bilhete três dias antes do embarque ganha 15% de desconto sob o valor da passagem e aqueles que comprarem com 10 dias de antecedência ganham 30%. É possível visitar o site https://rodoviariaalegrete.com.br/# e também pelo 55-3422-2262 para ligações pela operadora e mensagens WattsApp (não são atendidas ligações via app). O telefone 55-2013-1254 exclusivo para compra de passagens.

A gerente em Alegrete diz que os telefones são procurados diariamente e a demanda é alta, inclusive com passageiros de outras cidades. A estação no município também dispõe de serviço de encomendas, sistema bastante procurado pela rapidez e segurança. O atendimento cobre todo estado, mais informações no guichê de encomendas ou pelos telefones mencionados acima.

O Daer estuda uma reestruturação no modelo de concessão para reequilibrar o sistema econômico-financeiro, além de buscar alternativas para atrair novos passageiros. No entanto, a falta de interessados nas licitações para operar terminais é um entrave. Entre 2019 e 2021, 72 municípios não conseguiram concretizar concessões.

Enquanto isso, passageiros da região precisam lidar com a ausência de estrutura nos pontos de embarque e desembarque. Muitos dependem de vendas online ou compram bilhetes diretamente com os motoristas, mas a falta de um serviço centralizado dificulta informações e organização das viagens.

A diretora de Transportes Rodoviários do Daer, Luciana do Val Azevedo, afirma que a revisão do sistema exige tempo e planejamento. “Não é simplesmente colocar uma taxa em cima, porque quem vai pagar é o usuário. Precisamos readequar todo o sistema para retomar as linhas desativadas e atrair novamente os passageiros”, explica.

A crise das rodoviárias evidencia a urgência de medidas que garantam acessibilidade e eficiência no transporte intermunicipal, especialmente para moradores de cidades que dependem desse serviço essencial.

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