Confiança do consumidor recua no 1º mês de 2025 e pode indicar desaceleração

ConfianГѓВ§a do Consumidor Paulista Cai, mas TendГѓВЄncia de Investimentos e Compras Aumentam

O primeiro resultado de 2025 do Índice Nacional de Confiança (INC), 102 pontos, mostra recuo de 2,9% em relação a janeiro do ano passado (105) e de 1% na comparação com dezembro (103). Assim, o indicador da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) se mantém no campo positivo, mas também acende um alerta, na medida em que mostra recuo nas comparações anuais, mês após mês. O que pode indicar sinais de desaceleração da atividade econômica. O INC é elaborado em parceria com a empresa de pesquisas PiniOn. Está completando 20 anos em 2025. O intervalo de 0 a 100 indica pessimismo, e de 100 a 200, otimismo. Assim, o resultado de janeiro está próximo do ponto de neutralidade. Em seu melhor momento, o INC atingiu 186 pontos (janeiro/2012) e no pior, 66 (julho/2017).

A queda detectada em janeiro pode ser reflexo da falta de disposição para compra de itens de maior valor, assim como na aquisição de bens duráveis, além de menor propensão para investir. “Os sinais de desaceleração da atividade econômica ocorrem em um cenário de alto endividamento das famílias e juros elevados”, afirmou o economista Ulisses Ruiz de Gamboa, do Instituto de Economia Gastão Vidigal (IEGV), da ACSP. “Esses fatores tendem a deixar o consumidor mais cauteloso em suas decisões de compra.” Segundo ele, sinais de desaceleração são evidenciados pela redução na criação de empregos aliada à alta da inflação, em especial no aumento de preço de itens essenciais, como de alimentação e bebidas. Os dados do IPCA-IBGE mostram que o grupo Alimentos e Bebidas subiram 7,69% em 2024, bem acima do índice geral (4,83%).

A pesquisa, realizada com 1.679 famílias em todo o país, apesar do declínio, destaca um “campo otimista” pelo fato de o INC se manter acima dos 100 pontos. Mas a percepção das famílias consultadas é negativa: a visão delas quanto à própria situação financeira atual se deteriorou. O motivo é a queda nas expectativas quanto à renda e emprego. Os resultados mostram ainda pequena redução nos indicadores de segurança no emprego, embora até aqui o mercado de trabalho se mantenha aquecido. 

Realizada com moradores de capitais e do interior, a pesquisa também destacou resultados por região do país. Houve estabilidade na confiança no Centro-Oeste e Nordeste, quedas no Norte e Sudeste e aumento no Sul. Entre as classes socioeconômicas, os resultados também foram variados, com recuos no índice para as famílias das classes A/B e C, enquanto as da classe D/E apresentaram crescimento.

O post Confiança do consumidor recua no 1º mês de 2025 e pode indicar desaceleração apareceu primeiro em BMC NEWS.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.