Ibovespa avança e dólar recua com bom humor global; Santander e petrolíferas lideram altas

Ibovespa opera de olho em decisões Trump

Em um dia de otimismo nos mercados internacionais, o Ibovespa encerrou a quarta-feira em alta, enquanto o dólar registrou sua menor cotação em oito meses. A combinação de dados de inflação nos EUA abaixo do esperado, avanço nas negociações comerciais entre China e Estados Unidos e a espera por definições sobre o novo pacote que substituirá o aumento do IOF domesticaram a volatilidade local.

Fechamento dos principais indicadores do mercado

  • Ibovespa: 137.128,04 pontos (+0,51%)
  • Volume financeiro: R$ 21,4 bilhões
  • Dólar à vista: R$ 5,5376 (-0,59%)
  • Juros futuros (DI 2025): leve alta em vencimentos curtos e médios; queda nos longos

Contexto internacional e impacto no câmbio

As bolsas ao redor do mundo subiram após sinais de acordo entre Donald Trump e Xi Jinping nas negociações em Londres. Um dos principais pontos em discussão foi a flexibilização no comércio de terras-raras — essenciais para a produção de chips, celulares e veículos elétricos — setor de grande interesse estratégico para Washington, enquanto Pequim busca recuperar a queda de 34% nas exportações para os EUA registrada em maio.

Ao mesmo tempo, o índice de preços ao consumidor (CPI) dos EUA veio abaixo das projeções tanto na variação geral quanto no núcleo, reforçando expectativas de que o Federal Reserve abra caminho para cortes de juros já na próxima reunião “Superquarta” de 18 de junho. Esse cenário reduziu o prêmio dos títulos americanos e favoreceu ativos de risco globalmente, derrubando o dólar frente às principais moedas.

Análise de mercado

Para Alison Correia, analista de investimentos e cofundadora da Dom Investimentos, a combinação de avanços diplomáticos e inflação moderada criou ambiente propício para o mercado. “Com o CPI mais fraco, o Fed dificilmente manterá as taxas no patamar atual, sobretudo após a decisão do Banco Central Europeu na semana passada. No Brasil, a inflação medida pelo IPCA também surpreendeu para baixo em maio, diminuindo os temores de novos aumentos e abrindo espaço para preços de contratos de DI mais comportados”, afirma. Ela ressalta, porém, que ainda vê possibilidade de mais 1,25 ponto percentual no juro básico por aqui, a depender dos dados de atividade e inflação no segundo semestre.

Destaques de alta no Ibovespa

Ação Variação (%) Fechamento (R$) Motivo principal
Santander (SANB11) +4,65 30,17 UBS BB elevou recomendação para compra e preço-alvo
TIM (TIMS3) +3,51 20,95 Otimismo no setor de telecomunicações
Petrobras ON (PETR4) +3,33 31,05 Alta do petróleo no exterior
Bradesco (BBDC4) +3,10 16,32 Desempenho sólido do setor financeiro
Brava Energia (BRAV3) +3,03 20,38 Perspectivas de resultados robustos no trimestre

Entre as petrolíferas, também se destacaram PetroRio e PetroRecôncavo, beneficiadas pela sustentação dos preços do Brent acima de US$ 80 o barril.

Outros recortes do dia no mercado

  • Maiores quedas: Intel BDR (ITLC34, -7,29%), FSRF11 (-7,14%) e IRB Brasil ON (-3,34%).
  • Setor elétrico: pressões de queda após decisão da Aneel de reduzir tarifas às transmissoras.
  • Juros futuros: movimentos mistos indicam que o mercado já precifica fim do ciclo de aperto no Brasil, mas com atenção ao Copom de semana que vem.

Perspectivas e agenda

Os investidores agora voltam o foco para:

  1. Reunião do Federal Reserve (18/06): sinais sobre cortes de juros nos EUA.
  2. Copom brasileiro (24–25/06): definição da Selic após IPCA de maio abaixo do projetado.
  3. Evolução das negociações China-EUA: anúncio oficial do acordo de terras-raras pode redesenhar cadeias globais de suprimentos.

Em suma, o otimismo externo contagiou a sessão, mas o mercado brasileiro segue atento tanto às decisões de política monetária quanto ao desfecho das tensões comerciais globais.

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