Mercados reagem a tensões no oriente médio e alta do petróleo

Ibovespa fecha em queda com mercado aguardando o Copom

O mercado acionário brasileiro fechou em queda nesta sexta-feira (13/06), pressionado pelo aumento das tensões geopolíticas no Oriente Médio, após ataques aéreos de Israel às instalações nucleares no Irã. A escalada do risco geopolítico gerou uma fuga de ativos de risco, refletida em quedas generalizadas nas bolsas da Ásia, Europa e Estados Unidos, com destaque para Wall Street, onde o índice de volatilidade VIX disparou mais de 20%.

Os investidores também reagiram à disparada do preço do petróleo, que chegou a subir mais de 10% durante o dia, alimentando temores sobre uma possível interrupção no fornecimento global. Embora os preços tenham recuado depois de notícias que indicavam que os ataques não afetaram campos petrolíferos, a volatilidade continuou impactando os mercados.

O dólar também teve um dia de alta, refletindo a aversão ao risco global. A crise no Oriente Médio levou os investidores a buscar proteção em ativos considerados mais seguros, como a moeda americana, o que pressionou moedas de países emergentes, como o real. Além disso, os juros futuros subiram, com o aumento do preço do petróleo exacerbando as preocupações com a inflação global. Isso gerou expectativas de que os bancos centrais, como o Federal Reserve, possam manter políticas monetárias mais conservadoras por um período mais longo, impactando o custo do dinheiro a longo prazo.

No Brasil, o Ibovespa encerrou a sessão com queda de 0,43%, aos 137.212,63 pontos. Apesar da queda no dia, o índice acumulou uma alta de 0,82% na semana. Entre os destaques positivos do índice, Suzano e Petrobras brilharam. A ação da Suzano subiu após o banco Goldman Sachs recomendar a compra de suas ações, citando que os papéis estão baratos e podem se beneficiar da alta no preço da celulose. Já a Petrobras acompanhou a valorização do petróleo, que, em meio ao clima de tensão, impulsionou a ação e gerou expectativas de dividendos extras para os investidores.

Por outro lado, empresas ligadas ao consumo e à curva de juros sofreram perdas expressivas. CVC e Magazine Luiza foram as maiores quedas do dia, com recuos superiores a 6%. Os frigoríficos também enfrentaram dificuldades, com a Minerva caindo mais de 3%, impactada pela decisão da China de permitir a importação de carne de empresas americanas, o que aumenta a concorrência no setor.

No cenário internacional, o anúncio de uma trégua comercial entre Estados Unidos e China trouxe alívio aos mercados, com a redução temporária das tarifas de importação entre os dois países. Isso favoreceu a valorização de ativos globais e melhorou o apetite por risco. Além disso, os dados de inflação nos Estados Unidos surpreenderam positivamente, reforçando a percepção de que os efeitos das tarifas ainda não haviam se espalhado para os preços.

No Brasil, o clima foi de cautela devido a especulações sobre novas medidas de estímulo fiscal, como ampliação do Bolsa Família e crédito para entregadores, o que gerou incerteza e colocou o tema fiscal novamente no centro das discussões.

Com um cenário global tenso e o ambiente interno focado no fiscal, os investidores aguardam ansiosamente os desdobramentos da trégua comercial entre EUA e China, além da evolução da situação fiscal no Brasil. A próxima semana também promete ser movimentada, com a expectativa de mais definições sobre as medidas do governo brasileiro e a Super Quarta do Copom.

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