Vai ficar mais caro fazer compras com cartão de crédito no exterior

Vai ficar mais caro fazer compras com o cartão de crédito no exterior, ou mesmo comprar moeda estrangeira. O Governo Federal anunciou um pacote de aumentos no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) que eleva tributos sobre crédito, câmbio e previdência complementar.

As novas regras entram em vigor já nesta sexta-feira (23) e fazem parte da estratégia do governo para aumentar a arrecadação em 2025. Entretanto, após críticas, o governo recuou parcialmente e decidiu manter em zero a alíquota do IOF sobre remessas de fundos de investimento nacionais para o exterior.

A proposta inicial previa a cobrança de 3,5% sobre essas operações, mas foi retirada após reunião com representantes do setor financeiro e avaliação técnica. O Ministério da Fazenda informou, em nota, que a decisão busca preservar a estratégia de diversificação dos fundos e evitar desincentivo às aplicações internacionais.

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A medida também inclui o aumento do IOF sobre a compra de moeda estrangeira, uso de cartões internacionais e aportes elevados em previdência privada do tipo VGBL. A nova regulamentação elevou a alíquota de operações com moeda estrangeira em espécie, que passou de 1,1% para 3,5%.

Além disso, compras com cartões internacionais, remessas para o exterior e operações com cartões pré-pagos também passam a ter a nova alíquota de 3,5%.

Um exemplo: na compra do equivalente a R$ 1 mil em moeda estrangeira, antes o consumidor pagaria o equivalente a R$ 11 em IOF; agora, esse valor salta para R$ 35. No caso das compras com o cartão de crédito, o IOF era de 3,38% e agora passa para 3,5%.

A medida tem como objetivo de arrecadar R$ 20,5 bilhões adicionais ainda em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026, segundo estimativas do governo. Dessa forma, o ajuste busca equilibrar as contas públicas e reduzir a necessidade de bloqueios orçamentários mais severos ao longo do ano fiscal.

IOF atinge crédito, câmbio e previdência privada

As novas regras também afetam operações de crédito para empresas, cuja alíquota máxima subiu de 1,88% ao ano para 3,95%. No caso do Simples Nacional, o teto subiu de 0,88% para 1,95%. Entretanto, continuam isentas de IOF operações como crédito estudantil, financiamento habitacional, financiamentos via FINAME, adiantamento de salário e exportações.

Outro destaque é a criação de uma alíquota de 5% para planos de previdência privada do tipo VGBL com aportes mensais superiores a R$ 50 mil. Segundo o governo, o objetivo da nova cobrança é evitar que investidores de alta renda usem o VGBL como instrumento de baixa tributação, distorcendo sua função original de proteção previdenciária.

Governo Brasileiro reduz IOF no cartão de crédito
Microsoft/Copilot/Gerado por IA

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Ouvida pelo G1, a professora Paula Sauer, da ESPM, alerta que o aumento do IOF afeta quem compra fora, envia remessas ou usa cartão em viagens. Dessa forma, ela recomenda buscar alternativas como contas multimoedas e fintechs, que podem oferecer alíquotas menores ou condições mais vantajosas para quem movimenta recursos no exterior.

Além disso, Sauer destaca a importância de monitorar a cotação do dólar e planejar compras e viagens com antecedência. Ela recomenda usar pontos do cartão em passagens ou produtos, o que pode compensar o aumento do IOF nas compras internacionais.

Fonte: O Globo e G1

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