Serpro já tem 440 prefeituras

O Prefeitura +Digital, um programa do Serpro com serviços de TI para prefeituras de até 30 mil habitantes lançado em fevereiro, já conta com 440 adesões de prefeituras em todo país. 

Em nota, o Serpro não chegou a detalhar quem são os interessados, ou que serviços exatamente eles vão contratar. 

A estatal federal de tecnologia esteve apresentando o Prefeitura +Digital durante a XXVI Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, que encerrou nesta quinta-feira, 22. 

O número transforma o Serpro numa tacada só num provedor de respeito no mercado de prefeituras, que é muito fragmentado no país.

Também é verdade que a estatal oferece condições para lá de camaradas: o programa oferece soluções de serviços digitais, comunicação e segurança gratuitamente, por um período de dois anos. 

O alcance potencial é muito maior: de acordo com o Censo 2022 do IBGE, o Brasil possui 5.570 municípios, dos quais 4.411 têm menos de 30 mil habitantes, representando cerca de 79% do total de cidades no país.

A oferta do Prefeitura +Digital está dividida em três eixos. No primeiro, será oferecido a plataforma Cidades.gov.br do Serpro, que permite agendamentos e consultas online para a população.

O segundo é o Serpro+ oferece armazenamento, comunicação e streaming a partir da nuvem do Serpro. 

Já o Neosigner e o SerproID possibilitam assinaturas digitais com criptografia e trilha de auditoria. 

“Como alguém que já trabalhou como secretário em municípios e tem mais de 20 anos de experiência na gestão local, sei bem as dificuldades enfrentadas na linha de frente. Muitas vezes, não há nem mesmo a infraestrutura básica, como cabeamento para rede de computador”, afirma o presidente do Serpro, Alexandre Amorim.

Antes de ir para o Serpro, diretor-presidente do Instituto das Cidades Inteligentes (ICI), organização responsável pela tecnologia do município de Curitiba e foi diretor-presidente da Empresa de Tecnologia da Prefeitura de São Paulo (Prodam).

De acordo uma pesquisa de 2014 do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) com 334 municípios brasileiros, mais da metade deles (54%) não tinham nem sequer um departamento ou área de TI dedicados.

Uma área do tipo é coisa de cidades grandes apenas. Entre as questionadas com mais de 500 mil habitantes, todas tinham áreas de TI. Ao todo, o país tem cerca de 40 cidades desse tamanho.

AGORA VAI?

Há mais de duas décadas, administrações petistas no governo federal trabalham com a meta de aumentar a informatização das prefeituras, com um grau baixo de sucesso. 

Em 2012, o Ministério de Comunicação criou o Cidades Digitais, um programa que incluia a implementação do e-Cidades, um software open source disponível no Portal do Software Público, inaugurado em 2007. 

O Cidades Digitais selecionou 80 cidades em 2012 e agregou outras 262 em 2013, quando o programa entrou no guarda-chuva do PAC. Os critérios de seleção foram ter menos de 50 mil habitantes, baixo IDH e pequena penetração de acesso à Internet.

A iniciativa sumiu na bruma da segunda administração de Dilma Rousseff, no qual a política pública de tecnologia começou a abandonar coisas como software livre, um movimento que só se acelerou nos anos seguintes. 

O Portal do Software Público segue no ar, mas não é mais o foco da política pública de tecnologia, que parece no momento estar entrando na área de influência do Serpro, que nos últimos tempos está indo bem além do seu foco clássico na Receita Federal. 

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