Mercados iniciam semana atentos à inflação global e desdobramentos do tarifaço

Mercados globais se preparam para mais instabilidade em meio ao conflito em Israel

Os mercados financeiros globais encerraram a última semana em forte queda, refletindo o impacto das tarifas recíprocas impostas entre Estados Unidos e China. Segundo o operador de mercado e comentarista da BM&C News, Francisco Alves, o movimento de queda foi acentuado: bolsas europeias, asiáticas e americanas registraram perdas significativas, próximas de 10% a 12% em poucos dias.

Em Nova York, o S&P 500 caiu 10,5% após o anúncio das tarifas americanas, enquanto o Dow Jones recuou 7,86%, o Nasdaq desabou 10,02% e o Russell 2000 também sofreu forte pressão. Na Europa, o DAX alemão e o CAC 40 francês caíram cerca de 8%, enquanto o FTSE MIB da Itália tombou 10,56%. No Brasil, o Ibovespa acumulou queda semanal de 3,52%, fechando aos 127.256 pontos.

Além das ações, as commodities também sentiram o baque. O petróleo tipo WTI caiu 9,7% na semana, e o Brent, 9,1%. Metais como ouro, prata e cobre recuaram respectivamente 2,76%, 8,57% e 8,83%, indicando aversão generalizada ao risco.

Calendário econômico carregado reforça atenção dos mercados

Para Francisco Alves, a semana que se inicia promete novos capítulos importantes para os mercados globais. “Teremos dados interessantes e importantes nos Estados Unidos, como o CPI na quinta-feira e o PPI na sexta-feira“, ressalta o operador.

Esses números são particularmente relevantes, pois indicarão se a pressão inflacionária persiste na maior economia do mundo, após um payroll mais forte que o esperado e com sinais mistos: aumento da criação de vagas, porém com taxa de desemprego em alta.

Na China, os investidores também estarão de olho na divulgação dos indicadores de inflação, com a publicação do CPI e do PPI ao longo da semana. O país, que recentemente anunciou retaliação com tarifas de até 34% sobre produtos dos EUA, vive um momento de elevada volatilidade.

No Brasil, o grande destaque fica para a divulgação do IPCA de março, na sexta-feira, que deverá orientar as próximas decisões do Banco Central em relação à política de juros. Além disso, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), também será divulgado, oferecendo um termômetro importante sobre o ritmo da economia doméstica.

“São dados que vão nortear não só o mercado local, mas também ajudar a formar expectativas sobre a condução da política monetária“, avalia Alves.

Banco Central da Índia e Nova Zelândia na pauta monetária

Ainda no cenário internacional, os mercados acompanharão as decisões de política monetária de importantes bancos centrais. Na segunda-feira, o Banco Central da Índia divulga sua decisão sobre a taxa de juros, seguido pelo Banco Central da Nova Zelândia na terça-feira.

Ambas as economias têm enfrentado desafios inflacionários e poderão dar sinais sobre a tendência das políticas monetárias nas economias emergentes.

Olhos atentos à política e aos fluxos globais

Francisco Alves alerta ainda para o acompanhamento constante do cenário político doméstico e internacional. No Brasil, o radar político segue ativo, enquanto no exterior a expectativa gira em torno dos desdobramentos das disputas comerciais e dos próximos movimentos dos EUA e China.

Além disso, o fluxo de investidores estrangeiros na B3 permanece no foco: só na parcial de abril, a saída já soma R$ 1,051 bilhão, apesar do saldo positivo no ano de R$ 9,59 bilhões.

A semana será de muita atenção, dados importantes tanto aqui como no exterior vão ajudar a calibrar expectativas. Desejo a todos uma boa semana“, finaliza Francisco Alves.

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