Bimestre registra 66 casos de violência contra a mulher em Alegrete

Entre janeiro e fevereiro deste ano, 66 mulheres sofreram algum tipo de violência. Um caso de feminicídio tentado ocorreu em fevereiro. O bimestre contabilizou 27 casos de lesão corporal, sendo 22 ocorridas em janeiro. Esse tipo de crime teve um aumento em relação ao mesmo período de 2024.

Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, os Indicadores da Violência Contra a Mulher – Lei Maria da Penha apontam os casos registrados pela polícia civil mensalmente. Em janeiro ocorreram 36 casos, seguidos por 29, em fevereiro. No ano passado, foram 29 no primeiro mês do ano, e 33 no segundo.

Nete ano, em 60 dias, já são 4 casos de estupro. No ano passado, nos dois primeiros meses foram notificados dois casos. Casos de mulheres ameaçadas tiveram uma pequena queda nesses dois meses em relação ao mesmo período de 2024. Entre janeiro e fevereiro de 2025, o município teve 34 casos de ameaça contra mulher. Fevereiro fechou com 22 mulheres vítimas de ameaça.

A diretora da Divisão de Proteção e Atendimento à Mulher (Dipam) da Polícia Civil, delegada Cristiane Ramos, explica que, em relacionamentos abusivos, a violência costuma começar de maneira sutil e difícil de se verificar. Ao longo do tempo, as violências física e moral se escalam, chegando ao ponto do feminicídio. 

Segundo a delegada, é importante oferecer e buscar ajuda para as vítimas antes que a relação chegue à violência física. 

“A grande maioria das mulheres acha que violência é aquilo que deixa marca, que deixa um olho roxo, que deixa um machucado no corpo. É importante que a gente diga que não precisa chegar nesse ponto”, analisa Cristiane Ramos. 

A Lei Maria da Penha traz cinco tipos de violência, sendo a física um desses tipos. Porém, também estão previstas as violências moral, patrimonial, psicológica e sexual. O levantamento do Mapa dos Feminicídios de 2024, que reúne dados do Observatório de Violência Doméstica da Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP-RS), mostra que a maioria dos homens envolvidos nos casos tem antecedentes criminais, principalmente por violência de gênero. Enquanto isso, a maioria das mulheres não tem registro de ocorrência. Conforme a delegada Cristiane Ramos, é comum que os autores de violência contra a mulher tenham mais de uma vítima, no geral, entre diferentes parceiras.

“O homem que é agressor de mulher, ele não muda. Ele muda de mulher, ele muda de vítima”, ressalta a delegada. Dados da Segurança Pública do Estado mostram que, em 2024, 87,5% das vítimas não tinham medida protetiva vigente contra o acusado.

Os números para pedir ajuda, auxílio ou denúncia são:

180 – Central de Atendimento à Mulher

190 – Brigada Militar

55-99651 3166 Ong Amoras

3961 1123 Creas

3422 4783 Ministério Público

3421 2521 Defensoria Pública

3427 0300 Polícia Civil

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