Ibovespa avança, inflação desacelera e ações de Oi e Americanas decepcionam

Ibovespa fecha em queda com mercado aguardando o Copom

O mercado financeiro brasileiro teve um dia agitado nesta quinta-feira, 27 de março de 2025, com foco nos dados de inflação, resultados corporativos e movimentações importantes na Bolsa de Valores. Destaques para o IPCA-15 de março, o comportamento do Ibovespa, e os balanços negativos de Americanas (AMER3) e Oi (OIBR3).


IPCA-15 mostra desaceleração da inflação em março

A prévia da inflação oficial, o IPCA-15, veio abaixo do esperado e trouxe alívio ao mercado. O índice subiu 0,64% em março, contra 1,23% em fevereiro, indicando uma desaceleração relevante.

Em 12 meses, o acumulado chegou a 5,26%, influenciado principalmente pelos grupos de Alimentação e Bebidas e Transportes.

Esse movimento reforça a expectativa do mercado por uma possível interrupção no ciclo de alta da Selic até o meio do ano, o que beneficiaria a renda variável no segundo semestre.


Ibovespa próximo ao topo histórico

O Ibovespa teve um dia de recuperação técnica após uma correção considerada saudável. O índice se aproxima de um novo topo histórico, segundo análise técnica de Leandro Martins, analista CNPI, ao vivo no Closing da BM&C News:

“O Ibovespa subiu forte, mas precisava descansar. Agora já está virando o nosso topo histórico. Estou otimista com o índice.”

Além disso, os juros futuros também apresentaram queda, sinalizando um ambiente mais favorável para ativos de risco.


Petrobras (PETR4): Alta expressiva após preencher gaps

As ações da Petrobras tiveram um desempenho espetacular nas últimas semanas, saindo de R$ 34 para quase R$ 38.

“Quem nos acompanhou viu que a Petrobras buscou os dois gaps, subindo quase 10%. Para curto prazo, os objetivos foram atingidos”, disse Leandro Martins.

No curto prazo, a recomendação é de atenção à resistência próxima, com possibilidade de realização ou troca por outros ativos.


Vale (VALE3): Tendência de alta com ziguezague saudável

A Vale também segue em destaque com forte movimentação técnica:

“A Vale está rompendo topos imediatos com volume consistente. É um ziguezague de alta bem saudável”, comentou Leandro.

A ação pode continuar avançando, caso mantenha o padrão técnico atual.


Setor de construção: Direcional, MRV e Plano&Plano

Papéis do segmento residencial popular também chamaram atenção, com destaque para:

  • Direcional (DIRR3): Aponta para rompimento técnico com padrão clássico de “copo com alça” (cup and handle).
  • MRV (MRVE3): Defasada, mas com possibilidade de reação caso rompa a resistência nos R$ 6,00.
  • Plano&Plano (PLPL3): Testando resistência em R$ 13,00. Se romper, pode acelerar.

“O setor está mostrando força, principalmente com o apoio de programas como o Minha Casa Minha Vida”, destacou Leandro.


Localiza (RENT3): Rompendo bandeira de alta

A Localiza é outro ativo técnico em destaque. Apresentou padrão de bandeira de alta, com rompimento recente:

“Forte movimentação, descanso proporcional e rompimento. É uma tendência clara de alta”, afirmou o analista.


Fleury (FLRY3): Possível reversão com padrão técnico

Após longo período de queda, Fleury ensaia reversão:

“Está quase rompendo um padrão de ombro-cabeça-ombro invertido. O último fundo mais alto mostra força compradora.”


Usiminas (USIM5) e CCR (CCRO3): Em ponto de entrada

Duas ações que merecem atenção:

  • Usiminas: Apresenta padrão de bandeira de alta e pode retomar movimento ascendente nas próximas semanas.
  • CCR: Beneficiada pelo fluxo rodoviário entre Campinas e São Paulo, também forma bandeira e mostra força técnica.

“Quem está cansado de pagar pedágio pode virar sócio. CCR é uma empresa lucrativa e graficamente promissora.”


Americanas (AMER3): Prejuízo de R$ 586 milhões e queda de 25%

A Americanas divulgou novo prejuízo e continua enfrentando forte crise. O resultado do 4T24 reverteu o lucro do ano anterior:

“Quem tem, na minha opinião, não mantém. Está com viés de queda e volume vendedor.”

A ação pode testar novamente os R$ 5,00 nos próximos dias.


Oi (OIBR3): Prejuízo bilionário e gráfico em derretimento

A Oi reportou prejuízo de R$ 2,9 bilhões no último trimestre, aprofundando sua crise:

“Para Oi, eu dou tchau. A ação já caiu 98% desde 2020. Para voltar, teria que subir mais de 4.000%. É um padrão perigoso, melhor ficar longe.”


Setor de educação: Cogna em reversão de tendência

Entre os destaques positivos, Cogna (COGN3) mostra sinais claros de reversão:

“Rompeu resistência e agora forma topos e fundos ascendentes. Está barata, mas com tendência de alta comprovada.”


Marco Polo (POMO4): Pressão vendedora

A Marco Polo apresenta tendência de baixa no curto prazo:

“Volume vendedor e formação de bandeira de baixa. Quem tem, protege. Quem quer comprar, espera.”


Conclusão: otimismo no índice, cautela em ações específicas

O dia foi positivo para o Ibovespa e algumas blue chips, enquanto papéis como Oi e Americanas continuam apresentando sérios riscos.

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