Mulher que morreu após cirurgia plástica economizou e fez consórcio para realizar o procedimento que era o sonho dela, diz marido


Cristina Rocha da Silva, de 46 anos, recebeu a indicação de uma amiga sobre o local onde realizou a cirurgia plástica. Ela fez uma abdominoplastia e colocou silicone nos seios, segundo a Polícia Civil. Mulher de 46 anos morre dias após realizar cirurgia plástica, em Goiânia
Reprodução/Redes sociais
Cristina Rocha da Silva, de 46 anos, que morreu dias após uma cirurgia plástica, economizou durante anos e chegou a participar de um consórcio para conseguir realizar o sonho de fazer o procedimento, contou o marido. A morte foi confirmada na residência do casal, pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), depois da mulher sentir muitas dores no abdômen e falta de ar durante a madrugada.
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“Era o sonho dela fazer esse procedimento. Foram alguns anos juntando dinheirinho, fazendo consórcio, trabalhando e fazendo economia”, disse o zelador Diogo Domingos, em entrevista à TV Anhanguera.
A vítima realizou a cirurgia plástica no sábado (22), em um hospital localizado no Setor Universitário, em Goiânia. Ela morreu um dia após receber alta, na segunda-feira (24).
Cristina realizou uma abdominoplastia e colocou silicone nos seios, segundo a Polícia Civil. Diogo informou que a chefe de serviços gerais recebeu a indicação de uma amiga sobre o local onde fez o procedimento. “Ela disse que tinha olhado todo o histórico do médico, mas não creio que tenha olhado. Ela só foi pela vontade dela de realizar o sonho e pela indicação da amiga”, completou.
Em entrevista ao g1, a vizinha, Brenda Alves, relatou que Cristina fez uma cirurgia bariátrica há mais de 10 anos. “A abdominoplástia era para retirar o excesso de pele que ficou. Ela estava juntando dinheiro para fazer essa tão sonhada cirurgia”, disse.
Ao g1, a defesa do médico que fez a cirurgia disse que ainda não pode prestar mais informações sobre o caso devido ao sigilo médico, mas que não há relação entre o procedimento e a morte da paciente (leia a nota completa ao final do texto).
Em nota, o Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), informou que a situação do médico é regular, e que o órgão não tem conhecimento da morte da paciente.
“Todas as denúncias relacionadas à conduta ética de médicos recebidas pelo Cremego ou das quais tomamos conhecimento são apuradas e tramitam em total sigilo, conforme determina o Código de Processo Ético-Profissional Médico”, pontuou o Cremego.
Entenda o caso
Marido fala sobre morte da esposa após cirurgia plástica, em Goiânia
O marido de Cristina foi quem tentou socorrê-la, na segunda-feira (24). Quando percebeu que a esposa estava passando mal durante a madrugada, ele informou que ligou para o médico, que o orientou a acionar o Samu.
“Desesperador ver a esposa naquela situação. O médico orientou a fazer a massagem até a ambulância chegar, a gente tentou, e a ambulância chegou e tentou também. Já não tinha o que fazer”, lamentou o zelador.
Diogo prestou os primeiros socorros à esposa ainda na cama do casal. Os dois filhos, fruto do relacionamento, e a nora também estavam presentes no momento.
A chefe de serviços gerais foi sepultada e enterrada em Itaberaí, sua cidade natal, na terça-feira (25).
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O que diz a polícia
Em entrevista ao g1, o delegado responsável pelo caso, Anderson Pimentel, informou que, inicialmente, os socorristas identificaram que ela sofreu uma parada cardiorrespiratória. No entanto, somente o laudo irá confirmar a causa da morte, de acordo com a polícia. O documento ainda não foi concluído.
“Em casos como esse também são realizados exames complementares com material biológico, sangue, secreções, tecidos de órgãos internos, para que se verifique se a causa da morte ela foi efetivamente a parada cardiorrespiratória, se foi por outro fator endógeno, pré-existente, ou se foi causado por uma causa exógena, ou seja, externa e não inerente à vontade da vítima”, explicou o delegado.
Segundo Anderson Pimentel, a polícia irá saber se a morte tem relação com a cirurgia somente após a finalização de todo o processo junto ao Instituto Médico Legal (IML) e a perícia. De acordo com o delegado, o prazo para que o laudo cadavérico fique pronto, conforme o Código de Processo Penal, é de 10 dias.
O delegado destacou que o hospital onde Cristiana foi submetida à cirurgia plástica ainda não emitiu um posicionamento oficial. A polícia trabalha, inicialmente, com a presunção de inocência, afirmou Anderson.
“A gente estima que eles [o hospial] tenham feito exames pré-operatórios, analisado toda a condição física dela, para que ela pudesse ser submetida a um procedimento dessa envergadura”, detalhou.
Nota do defesa do médico
O processo 5293314-43 teve perícia no qual retrata a inexistência de culpa e nexo de causalidade entre a conduta médica e o óbito. No mais os processos estao em segredo de justiça, por consequência não podemos prestar maiores informações, sob pena de incidência no crime do artigo 10 da lei 9296/96 (violação de segredo de justiça).
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