É registrado pela primeira vez o abate de um drone houthi por meio de foguetes guiados a laser APKWS II disparados por um caça das Forças Armadas dos EUA

Por meio de uma sequência viralizada pelo Comando Central dos Estados Unidos (CENTCOM), foi divulgada a primeira vez em que foi registrado o abate de um drone dos rebeldes houthis por meio de um foguete guiado a laser APKWS II, disparado de um caça das Forças Armadas dos EUA. Ainda que seja presumível que este não seja o primeiro episódio do tipo, é a primeira vez que as forças militares norte-americanas tornam público esse novo marco no uso de armamentos diversos para neutralizar de forma mais eficiente uma aeronave não tripulada.

Durante o último fim de semana, o presidente dos Estados Unidos ordenou o início de uma série de ataques sustentados e massivos contra alvos localizados no Iêmen e em poder dos grupos rebeldes houthis apoiados pelo Irã. Entre as razões alegadas pelo mandatário estão os reiterados ataques perpetrados por esses grupos proxies, respaldados por Teerã, contra navios mercantes no Mar Vermelho.

Sob o CENTCOM, uma série de ataques de precisão vem sendo realizada com o uso de diversos meios, destacando-se o emprego de caças-bombardeiros F/A-18 Super Hornet a partir do porta-aviões USS Harry S. Truman (CVN-75), equipados com bombas planadoras AGM-154 Joint Standoff Weapon e bombas GBU-31(V)4/B de 2.000 libras com kits JDAM.

As forças houthis informaram que essas ações seriam respondidas com ataques de retaliação, tendo como alvos navios militares e mercantes dos EUA, bem como de outros países, no Mar Vermelho.

Neste contexto, um dos meios prediletos empregados pelos houthis — os veículos aéreos não tripulados — foi interceptado por um avião de combate dos EUA e neutralizado mediante o uso de foguetes guiados do tipo APKWS II.

“Caças dos EUA abatem drones de ataque unidirecional dos houthis, apoiados pelo Irã, com foguetes guiados a laser AGR-20 FALCO Advanced Precision Kill Weapon System (APKWS) de 2,75 polegadas”, informou o Comando Central em uma publicação de 19 de março, acompanhada do vídeo que mostra o abate do drone.

Conforme apontam diversos meios especializados nos últimos meses, os caças F-16 da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) vêm utilizando foguetes guiados a laser APKWS II em suas missões de cobertura e interceptação na região. Essa escolha, baseada nas lições aprendidas tanto da guerra na Ucrânia quanto do conflito entre Israel e o Hamas, representa uma opção mais eficiente e econômica na configuração ar-ar das aeronaves de combate, em comparação com o uso de mísseis ar-ar tradicionais de curto e médio alcance.

U.S. Air Force F-16 Fighting Falcons fly a presence patrol over the U.S. Central Command area of responsibility, Feb. 11, 2025. Fighting Falcons fly routine patrols over the AOR to deter aggression and bolster the regional defensive posture. (U.S. Air Force photo by Staff Sgt. Jackson Manske)

Ainda que este texto não entre em detalhes sobre custos e valores específicos, o uso massivo de drones de diversos tipos — como os FPV e as munições vagantes — se deve à sua fácil produção e custo reduzido em relação ao armamento tradicional, como os mísseis.

A adição de foguetes guiados deste tipo, complementados com pods designadores de alvo (como é o caso do LITENING), permite aos caças contar com uma maior dotação de armamento, que se soma aos mísseis ar-ar AIM-9 Sidewinder e AIM-120 AMRAAM, os quais seriam reservados para ameaças de maior periculosidade e capacidade, como aeronaves não tripuladas mais sofisticadas, mísseis de cruzeiro e mísseis balísticos.

No entanto, o uso de foguetes guiados assistidos por laser não deve ser visto como uma solução definitiva nem como uma “bala de prata”, pois seu uso possui limitações, ficando reservado para ameaças de baixo desempenho e não manobráveis, como drones de baixa sofisticação e mísseis de cruzeiro subsônicos. Em outras palavras, os APKWS II não são projetados para o combate ar-ar do tipo dogfight.

Ainda assim, cabe destacar a busca constante por dispor de mais ferramentas para enfrentar o uso massivo de drones em conflitos de alta intensidade, como o russo-ucraniano, onde a equação econômica de emprego e a capacidade de reposição rápida são tão importantes quanto a própria disponibilidade do armamento. A título de comparação, sem entrar em maiores detalhes, o custo de um foguete guiado deste tipo gira em torno de US$15.000, enquanto o de um míssil ar-ar, como o AIM-9 ou AIM-120, chega a aproximadamente US$450.000 e US$1.000.000, respectivamente.

Por fim, diversas questões ainda não foram esclarecidas em decorrência do vídeo viralizado pelo CENTCOM. Em primeiro lugar, a data exata do fato; e em segundo lugar, qual foi a aeronave de combate que protagonizou o abate do drone houthi, presumindo-se — em linha com o mencionado anteriormente — que possa ter sido um caça F-16 da USAF.

*Fotografia de capa utilizada apenas como ilustração.

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