Lula diz que não fará ‘loucura ambiental’, mas frisa que ‘ninguém pode proibir’ pesquisa sobre petróleo na Foz do Amazonas


Petrobras solicitou ao Ibama autorização para pesquisar se há petróleo na Foz do Amazonas e se é viável do ponto de vista econômico a exploração comercial. Análise técnica ainda não terminou. Lula participa de evento no Amapá.
Reprodução/ CanalGov
N. N
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (13), no Amapá, que o governo não fará “nenhuma loucura ambiental”, porém “ninguém pode proibir” a pesquisa para verificar se há petróleo na região da Foz do Amazonas.
“Ninguém pode proibir a gente de pesquisar para saber o tamanho da riqueza que a gente tem. Vamos trabalhar muito. Quero que o governador saiba, que os senadores saibam, que a gente não vai fazer nenhuma loucura ambiental, mas a gente tem que estudar, a gente tem que assumir compromisso de que a gente vai ser muito responsável”, disse Lula.
Lula critica IBAMA e defende exploração de petróleo na margem equatorial
A declaração foi dada durante um evento do governo em Macapá, capital do Amapá. Lula já tinha dito algo semelhante nesta quarta, em entrevista a uma rádio do estado.
Na ocasião, Lula criticou o que chamou de “lenga-lenga” do Ibama para liberação da pesquisa na região da Margem Equatorial, criticada por ambientalistas. O Amapá fica na área a ser explorada.
“Eu acho que um dia a gente não vai precisar de combustível fóssil, mas esse dia está longe ainda. A humanidade vai precisar muito tempo. Tem gente que fala que não pode pesquisar a Margem Equatorial para saber se a gente tem petróleo”, argumentou Lula.
“Eu quero preservar, mas eu não posso deixar uma riqueza que a gente não sabe se tem e quanto é, a 2 mil metros de profundidade, enquanto Suriname e Guiana estão ficando ricos as custas que tem a 50 quilômetros de nós”, acrescentou o presidente.
A Petrobras solicitou ao Ibama a autorização para pesquisar se há petróleo na Foz do Amazonas e se é viável do ponto de vista econômico a exploração comercial.
A estatal incluiu a operação ao norte da costa brasileira no planejamento estratégico. A Margem Equatorial se estende pela costa do Amapá, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte.
Um dos focos é na região da Foz do Amazonas, onde a estatal possui projeto para perfuração de poço a cerca de 170 km da costa do Amapá e a 2.880 metros de profundidade.
Margem Equatorial
A exploração de petróleo ao norte, na costa brasileira, figura entre os principais planos da Petrobras. No planejamento estratégico, a companhia prevê investimento de US$ 3,1 bilhões para a perfuração de 16 poços na Margem Equatorial – área que se estende pela costa do Amapá, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte — no período de 2024 a 2028.
Um dos focos é na região da Foz do Amazonas, onde a estatal possui projeto para perfuração de poço a cerca de 170 km da costa do Amapá e a 2.880 metros de profundidade.
Ambientalistas são contrários à exploração de petróleo na região, alegando que pode trazer prejuízos à fauna e à flora locais, além de gerar riscos à população.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), eleito pelo Amapá, defende a exploração de petróleo na região e tratou do assunto em audiência recente com Lula.
Procurado após o encontro, o Ibama informou que o pedido da Petrobras ainda está em análise pela equipe técnica do órgão e que não há prazo para uma resposta.
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