Ano da moderação? Oferta de crédito dos bancos não deve se repetir em 2025

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Entra ano, sai ano, o lucro dos bancos só sobe. Em 2024 não foi diferente. Os três maiores bancos privados do Brasil somaram R$ 74,9 bilhões de lucro líquido, salto de 22% sobre 2023. Itaú (R$ 41,4 bilhões), Bradesco (R$ 19,6 bilhões) e Santander (R$ 13,9 bilhões) tiveram seus resultados impulsionados, principalmente, pelo crescimento do crédito, cenário que não deverá se manter em 2025, dada a alta dos juros. O reflexo disso já se vê nas projeções das instituições financeiras. O Itaú, por exemplo, espera um aumento de 4,5% a 8,5% em sua carteira de crédito, após crescer 15,5% no ano passado. Já o Bradesco tem estimativa equivalente, de 4% a 8%, após subir 11,9%. O Santander, por sua vez, não divulgou guidance, mas seu presidente, Mario Leão, já afirmou ser “bastante improvável” crescer no mesmo patamar (6,2% em 2024).

A carteira do Itaú somou R$ 1,359 trilhão, alta de 15,5%, que subiu 17,7% entre micros, médias e pequenas empresas (R$ 223 bilhões). No caso das grandes (R$ 439,2 bilhões), o aumento foi de 20,9%. Entre as pessoas físicas, crescimento de 6,9%, para R$ 444,8 bilhões. O total Brasil é de R$ 1,1 bilhão (+14,3%), além de R$ 252,2 bilhões na América Latina (+21,1%). A inadimplência (NPL) de 90 dias ficou em 2,4% em dezembro, ante 2,8% um ano antes. Em 2024, o banco registrou lucro líquido recorrente de R$ 41,4 bilhões (+16,3%).

“Nós tínhamos um guidance entre 9,5% e 12,5% e estamos entregando um crescimento de 15,5%. Considerando a variação cambial, o crescimento foi de 10,2%, ficando dentro do range”, afirmou na apresentação o CEO do Itaú, Milton Maluhy Filho. “Pela variação cambial ter sido muito forte, ou seja, a desvalorização do real contra várias moedas acabou gerando esse efeito na carteira como um todo e, por isso, ficamos acima do teto do guidance.” A expectativa do banco para o PIB de 2025 é de crescimento de 2,2%, dado o ciclo de aperto monetário. O Itaú projeta Selic em 15,75% no final do ano, com inflação de 5,8% e câmbio na faixa de R$ 5,90.

Já o Bradesco, com lucro líquido de R$ 19,6 bilhões (+20%), somou R$ 981,7 bilhões em sua carteira de crédito, crescimento de 11,9%– o guidance ia de 7% a 11% –, sendo R$ 567,6 bilhões para pessoas jurídicas (+10,9%) e R$ 414,1 bilhões para pessoas físicas (+13,3%). O cartão de crédito cresceu 5,1%, mas chegou a 14,5% na faixa de alta renda. E o maior aumento porcentual ficou entre as micro, pequenas e médias empresas: +28%, para R$ 214,9 bilhões. As grandes empresas somaram R$ 352,7 bilhões (+2,5%). A provisão para devedores duvidosos (PDD) somou R$ 29,7 bilhões (-25%), para um guidance entre R$ 35 bilhões e R$ 39 bilhões. A inadimplência (90 dias) ficou em 4%, contra 5,1% em dezembro de 2023.

“A receita com serviços deve subir moderadamente”, disse o Bradesco na apresentação de resultados. Já o custo de crédito deve se manter controlado. Durante a divulgação, o presidente do Bradesco, Marcelo Noronha, afirmou que o guidance “é mais cauteloso em relação a apetite a risco”, um ajuste que começou ainda no quarto trimestre. O momento, segundo ele, é de pé no chão. As carteiras, afirmou, estão com risco “absolutamente controlado e comedido”. Com 99% das operações digitalizadas, o banco fechou 1,4 mil postos de atendimentos no ano passado, mas ganhou 2,1 milhões de clientes.

No caso do Santander, a carteira somou R$ 549,7 bilhões, alta de 6,4%, sendo R$ 254,6 bilhões para pessoas físicas (+6,2%). Para grandes empresas, R$ 135,4 bilhões (-3%). E para pequenas e micro empresas, R$ 76,6 bilhões (+13,7%). O financiamento ao consumo foi de R$ 83 bilhões (+19,1%). A carteira ampliada – que inclui avais, fianças e títulos privados – soma R$ 682,7 bilhões (alta de 6,2%). A inadimplência (NPL) de 15 a 90 dias ficou em 3,7% em dezembro, ante 3,8% no ano anterior. O banco espanhol teve lucro líquido de R$ 13,872 bilhões (+47,8% sobre 2023).

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