Entenda o que é o RDD e quais funções de liderança exerciam os presos transferidos para Maceió

Os 21 presos faccionados transferidos pelas autoridades de Alagoas, nesta quinta-feira, 6, têm influência de liderança em diferentes setores das organizações criminosas. A afirmação foi feita pelo juiz Alexandre Machado, um dos magistrados que compõem a 16ª Vara Criminal – Execuções Penais.

A Secretaria de Segurança Pública informou que 19 presos faccionados ao Comando Vermelho e dois membros do Primeiro Comando da Capital vão ficar seis meses no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), no Presídio de Segurança Máxima de Maceió. Esse prazo pode ser estendido por até dois anos, limite em que a Justiça vai avaliar se é preciso renovar a determinação do RDD.

“O que a gente observa ali é que há pessoas que têm funções dentro da organização, desde caixeiro, que é responsável pelo financeiro da organização criminosa. Como de ‘jet’, que é o responsável por fazer a representação dos faccionados que estão privados de liberdade. Como temos também a função de ‘disciplina’, pessoas que são responsáveis por integrar o ‘tribunal do crime’, e a partir deste tribunal do crime, elas definem penalidades, uma espécie de corregedor da facção. São pessoas que realmente exercem influência dentro e fora do sistema prisional, determinam crimes de mando para fora do sistema prisional, homicídios, roubos, tráfico de drogas, não só em Maceió, mas também no interior do estado”, detalhou o juiz.

Esses 21 presos cumprem penas por diversos delitos, alguns deles hediondos, e respondem por homicídio, roubo, ocultação de cadáver, lavagem de dinheiro, entre outros crimes. Segundo o juiz, boa parte desses faccionados tem mais de 100 anos de penas a cumprir.

Dentre as imposições do RDD, os presos estarão isolados em celas separadas, estão com visitas íntimas suspensas e serão monitorados por vídeo durante as visitas sociais – em que dois familiares podem visitá-los. 

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