Homens são 91,6% dos aprovados de TI no “enem dos concursos”

O resultado do Concurso Nacional Unificado (conhecido como Enem dos Concursos), teve homens como 91,6% dos classificados para os cargos de tecnologia, dados e informação, evidenciando a predominância masculina nas carreiras de Tecnologia da Informação.

“O que acontece com o bloco de TI, um percentual muito maior de homens do que de mulheres, é reflexo do que ocorre na sociedade. O Ministério da Ciência e Tecnologia tem atuado bastante para aumentar a presença feminina nessas áreas”, afirma Esther Dweck, ministra da gestão e da inovação em serviços públicos do Brasil.

Apesar das mulheres representarem aproximadamente 60% dos graduados no país, a participação delas nos cursos de TI fica em apenas apenas 15%, segundo dados do IBGE.

Além disso, a participação feminina em cursos relacionados à ciência, tecnologia, engenharia e matemática vem caindo nos últimos 10 anos. Em 2012, a média era de 23,2%, enquanto, em 2022, passou para 22%.

Já o relatório de diversidade realizado em 2024 pela Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom), afirma que a presença feminina no setor tem aumentado nos últimos anos, principalmente em cargos de liderança.

Atualmente, estima-se que haja 1,2 milhão de profissionais de Tecnologia da Informação e Comunicações (TIC) no país, dos quais 61% são homens e 39%, mulheres. 

O estudo mostra que, em 2024, houve um aumento de 1,9% na contratação de mulheres em relação ao ano anterior. Ainda assim, foram contratadas 8.773 mulheres e 10.525 homens.

A disparidade salarial entre homens e mulheres também chama a atenção. Homens ganham, em média, 37,1% a mais do que as mulheres. Enquanto a remuneração masculina gira em torno de R$ 4.106, a feminina fica em R$ 2.995.

Na área de analistas de desenvolvimento, que concentra a maior parte dos profissionais do setor — com 78,5% de homens e 21,5% de mulheres —, a massa salarial masculina é 4,27 vezes superior à feminina.

Segundo o estudo, essa diferença se explica pela maior concentração de homens nos níveis hierárquicos mais altos. Na área de operações, TIC e P&D, 71,9% dos cargos de diretoria e gerência são ocupados por homens, enquanto 28,1% estão com mulheres. 

No setor de TIC como um todo, a discrepância diminui um pouco, com 64,4% dos cargos de liderança sendo ocupados por homens e 35,6% por mulheres.

O único fator em que as mulheres superam os homens é no nível de escolaridade. Mulheres em posições de liderança demonstram níveis de qualificação superiores aos dos homens que ocupam as mesmas funções.

Enquanto 10% dos homens em cargos de diretoria e gerência possuem especialização, mestrado ou doutorado, 12% das mulheres têm pós-graduação. Nos cargos de especialista e coordenador, 52% dos homens têm ensino superior completo, frente a 62% das mulheres.

 

O estudo da Brasscom, cujo conselho de administração é composto por 19 homens e apenas uma mulher, reforça que, apesar da lenta evolução e das diversas iniciativas, o setor ainda carece de ações robustas para promover a diversidade em todas as suas dimensões.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.