Na Bahia, construção de fábrica da BYD tem suspeita de trabalho análogo à escravidão

O Ministério Público do Trabalho (MPT) resgatou 163 trabalhadores chineses em condições análogas à escravidão. O caso foi registrado no canteiro de obras da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, localizada em Camaçari, município na Bahia próximo à Salvador.

Dessa forma, a filial brasileira da montadora chinesa, BYD Auto do Brasil, informou de forma imediata nesta última segunda-feira (23) que encerrou imediatamente o contrato com a empresa terceirizada responsável pela obra, a Jinjiang Construction Brazil Ltda.

De acordo com o MPT, os trabalhadores estavam submetidos a condições degradantes. Relatórios apontaram que os alojamentos ofereciam infraestrutura precária, com camas sem colchões, ausência de armários para guardar pertences e condições sanitárias críticas, incluindo um banheiro para cada 31 trabalhadores.

Foto: Mohammad Fathollahi/Unsplash

De acordo com os relatórios, a situação obrigava os operários a formar filas antes do amanhecer para se preparar para o trabalho.

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BYD se pronunciou sobre o caso

Além disso, os trabalhadores estavam expostos a radiação solar intensa durante as atividades, resultando em sinais visíveis de danos à pele. O MPT identificou indícios de trabalho forçado, como a retenção de passaportes e o confisco de 60% dos salários dos trabalhadores, que recebiam apenas 40% em moeda chinesa.

Após as inspeções realizadas em conjunto com outras agências governamentais desde novembro, o MPT determinou a suspensão das obras em parte do canteiro. Dessa forma, o órgão ainda marcou uma audiência para discutir as medidas necessárias à regularização das condições de trabalho e alojamento.

Assim, em comunicado oficial, a BYD Auto do Brasil afirmou que não tolera práticas que violem a dignidade humana e anunciou a transferência dos trabalhadores resgatados para hotéis da região. Por fim, a empresa também garantiu que está cooperando com as autoridades para solucionar o caso.

Fonte: Exame

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