Honda e Nissan anunciam megafusão que criará gigante automotiva de US$ 50 bilhões

As gigantes japonesas Honda e Nissan surpreenderam o mercado automotivo global ao anunciarem oficialmente nesta segunda-feira (23) um acordo para iniciar negociações visando uma fusão histórica, que resultará na terceira maior fabricante de automóveis do mundo.

A operação, avaliada em mais de US$ 50 bilhões, prevê a criação de uma holding única que reunirá as duas marcas tradicionais e a divisão de motocicletas da Honda, com conclusão prevista para junho de 2026.

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ESTRUTURA DA NOVA HOLDING COM HONDA E NISSAN

Segundo o CEO da Honda, Toshihiro Mibe, as empresas manterão suas identidades próprias, operando como subsidiárias integrais da nova holding, que deverá estar listada na Bolsa de Tóquio até agosto de 2026.

A Mitsubishi Motors, que tem a Nissan como principal acionista com 24,5% de participação, também assinou o memorando de entendimentos e deve integrar o grupo, com decisão final prevista para o final de janeiro.

Honda WR-V
Divulgação/Honda

Pelos termos do acordo, a Honda terá poder majoritário na gestão do novo conglomerado, com direito a indicar o presidente e a maioria dos membros do conselho de administração. A montadora também anunciou que comprará de volta até 1,1 trilhão de ienes (cerca de US$ 7 bilhões) de suas próprias ações.

RESPOSTA À CONCORRÊNCIA

A fusão representa uma resposta estratégica das montadoras japonesas frente aos desafios impostos pela americana Tesla e fabricantes chinesas como a BYD no mercado de veículos elétricos, segmento que tem exigido pesados investimentos.

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As companhias citaram “as mudanças drásticas no ambiente” e na “indústria automotiva” como justificativa para a união, que permitirá dividir os altos custos do desenvolvimento de veículos de próxima geração.

NÚMEROS E PROJEÇÕES

Juntas, Honda e Nissan comercializam cerca de 7 milhões de veículos por ano e empregam aproximadamente 325 mil pessoas. O volume as colocará atrás apenas da Toyota (11 milhões) e Volkswagen (9 milhões) no ranking global de vendas.

Divulgação/Nissan

A holding projeta lucro operacional inicial superior a US$ 6,4 trilhões, com expectativa de crescimento para US$ 19 trilhões. As empresas afirmam que a integração permitirá padronizar a composição básica dos veículos e aumentar a produção.

DESAFIOS E INCERTEZAS

Questões cruciais como o fechamento ou otimização de fábricas ainda não foram detalhadas pela nova direção. A situação é especialmente sensível para a Nissan, que enfrenta estagnação no crescimento da receita e pressão de acionistas.

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A Nissan tem enfrentado turbulências desde a prisão e demissão do ex-presidente Carlos Ghosn em 2018. Sucessivas mudanças na gestão e uma linha de produtos desatualizada contribuíram para que a empresa se tornasse a quinta maior montadora do Japão em valor de mercado.

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A parceria com a Honda não é um sinal de que estamos desistindo de nossos planos de recuperar a Nissan“, afirmou o CEO da Nissan, Makoto Uchida, ressaltando o compromisso com a revitalização da marca.

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Via: Reuters

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