O que é o Regime Especial de Regularização de Bens Cambial e Tributária?

O Regime Especial de Regularização Geral de Bens Cambial e Tributária (RERCT-Geral) é um programa brasileiro criado pela Lei nº 14.973, criado em setembro de 2024. Este regime tem como principal propósito proporcionar uma oportunidade para que cidadãos brasileiros possam regularizar ativos não declarados ou declarados incorretamente, tanto no exterior quanto no Brasil. A adesão ao programa é voluntária e visa prevenir complicações futuras com a Receita Federal através da regularização fiscal.

O RERCT-Geral se aplica a uma variedade de ativos financeiros, incluindo depósitos bancários, apólices de seguro, cotas de fundos de investimento, e outros. A taxação envolvida consiste em um imposto de renda de 15% sobre o valor dos ativos, além de uma multa equivalente a 100% do imposto, totalizando um recolhimento de 30%. Especialistas consideram que a regularização é uma medida prudente para evitar possíveis consequências legais.

Por que regularizar bens no exterior e no Brasil?

Um dos principais incentivos para aderir ao RERCT-Geral é evitar o início de ações penais relacionadas a sonegação fiscal e crimes contra a ordem tributária. O poder de fiscalização da Receita Federal é amplificado pelo cruzamento de informações financeiras reportadas por diversas instituições. Assim, a irregularidade pode resultar em graves penalidades financeiras e legais.

Além disso, optar pela regularização pode ser financeiramente vantajoso. Enquanto as multas por infrações podem alcançar altos valores, a adesão ao RERCT-Geral permite a resolução dessas pendências fiscais por uma alíquota fixa de 30%. Este valor pode ser bem inferior comparado às penalidades normais aplicadas, tornando o programa atrativo para muitos contribuintes.

Como funciona o processo de adesão ao RERCT-Geral?

A adesão ao RERCT envolve alguns passos específicos. Os contribuintes interessados devem autorizar suas instituições financeiras estrangeiras a enviar informações sobre seus ativos para instituições brasileiras, seguindo um procedimento estipulado pela Receita Federal. Este envio deve ser feito por meio do SWIFT, um sistema de comunicação interbancário.

É crucial que essas autorizações e solicitações sejam concluídas até 15 de dezembro de 2024. O procedimento exige uma comunicação precisa e o cumprimento dos prazos para garantir que as informações cheguem em tempo hábil ao governo brasileiro. Após a regularização, a instituição financeira no Brasil reportará os dados ao módulo específico da e-Financeira, apoiando a fiscalização fiscal.

Quais são os benefícios financeiros envolvidos na regularização?

O cálculo das vantagens financeiras ao aderir ao RERCT pode ser significativo. Por exemplo, em omissões de rendimentos de R$ 100 mil, um contribuinte pode regularizar suas obrigações por cerca de R$ 30 mil sob o RERCT. Em contraste, se as multas de ofício, juros e outros encargos fossem aplicados, o custo poderia ser bem mais elevado, variando de R$ 46.322,20 a R$ 66.174,58.

Outro aspecto financeiro importante do programa é a cotação do dólar utilizada para a conversão de ativos no exterior, fixada em 31 de dezembro de 2023 ao valor de R$ 4,84. Esta cotação pode ser mais vantajosa do que o valor atual do dólar, oferecendo um atrativo adicional para a adesão.

Créditos: depositphotos.com / AndrewLozovyi

O que considerar antes de aderir ao RERCT-Geral?

Antes de aderir ao programa, é importante avaliar se ele é adequado para o perfil fiscal de cada contribuinte. A consulta com especialistas financeiros é sempre recomendada para a melhor compreensão das implicações e dos benefícios do RERCT. Além disso, os investidores devem considerar que a rentabilidade passada de qualquer ativo financeiro não garante rentabilidade futura, e esses investimentos podem não ser indicados para todos os perfis.

O programa RERCT-Geral oferece uma oportunidade única para a regularização de ativos, mas requer atenção aos detalhes e uma análise cuidadosa das condições de cada caso. Optar pela regularização de bens pode evitar complicações futuras e pode ser um passo importante na gestão de bens financeiros tanto no Brasil quanto no exterior.

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