Expedicionários realizam 2 mil consultas clínicas e 200 cirurgias durante missão em Prainha


A escassez de chuvas e a ocorrência de queimadas agravam problemas respiratórios na população. Médicos e estudantes de medicina atenderam moradores das comunidades de Prainha (PA), ao longo de dez dias
Projeto Humanika / Divulgação
Foram dez dias de muito trabalho e desafios superados, mas os expedicionários do Projeto Humanika levam na bagagem muitas experiências e histórias pra contar sobre o interior da Amazônia. Nesta que foi a terceira expedição do projeto no município de Prainha, oeste do Pará, os números superaram e muito a meta de atendimentos.
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A equipe de 3 médicos e 25 estudantes de medicina do Centro Universitário Integrado, de Campo Mourão (PR), estimava realizar 1400 consultas e cerca de 60 cirurgias, mas encerrou a expedição com 2 mil consultas clínicas realizadas, 200 pequenos procedimentos cirúrgicos entre vasectomias, retiradas de hérnias, lipomas e drenagem de cistos sebáceos, e distribuição de cerca de 10 mil medicamentos e materiais para atendimentos emergenciais.
Cerca de 10 mil medicamentos foram distribuídos pelo Projeto Humanika
Projeto Humanika / Divulgação
Dificuldades superadas
A equipe teve muitas demandas de moradores que chegavam com rinite, asma, bronquite, alergias, sinusite e dificuldades para respirar, problemas que foram agravados pela ocorrência de queimadas na região. A fumaça das queimadas carrega partículas finas e gases tóxicos – como monóxido de carbono, dióxido de enxofre e óxidos de nitrogênio – que irritam as vias respiratórias e os pulmões.
A pouca quantidade de chuvas também dificultou a vida dos expedicionários. Eles tiveram que se dividir em pequenos grupos para transportar os medicamentos e insumos em barcos menores, já que o volume de água nos rios da região do Baixo Amazonas estavam abaixo do normal para esse período do ano.
Outro desafio enfrentado, foi um atendimento de urgência de ferimentos provocados por queimadura. No dia 28 de novembro, os médicos e estudantes de medicina atenderam um engenheiro que combatia o fogo na Reserva Extrativista Renascer, que fica nas redondezas da Vila de Santa Maria, em Prainha, e se feriu.
Voluntários do Projeto Humanika realizaram atendimento ao engenheiro que sofreu queimaduras na Reserva Extrativista Renascer
Divulgação
Outras pessoas que tentavam apagar os incêndios na Reserva levaram o engenheiro até o local onde os expedicionários do Projeto Humanika realizavam os atendimentos à comunidade, onde ele recebeu o socorro necessário. Após o atendimento de urgência e estabilização, o engenheiro foi encaminhado a um hospital de Prainha, com queimaduras de 2º e 3º graus. O caso poderia ter se agravado, caso os voluntários não estivessem ali para fazer os primeiros socorros.
Voluntariado
Nessa terceira vez seguida que os expedicionários paranaenses realizaram esses trabalhos voluntários em Prainha, cada um desembolsou cerca de R$ 4 mil do próprio bolso para cobrir os gastos com passagens aéreas e alimentação.
O Projeto Humanika (@projetohumanika) é fruto de uma parceria com a ONG Amazônia Canaã, que atua na região Norte do Brasil há aproximadamente 25 anos e leva atendimento clínico e odontológico de maneira gratuita aos ribeirinhos.
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