Alegrete registra três mortes em acidente de trabalho em 2024, das 18 ocorridas na região

O boletim epidemiológico mais recente de óbitos relacionados ao trabalho no Rio Grande do Sul aponta que 384 pessoas morreram em 2023 devido a acidentes. Doze casos, ocorreram na região da Fronteira Oeste, sendo 3 deles no município de Alegrete.

O número de mortes no ambiente de trabalho aumentou 35% na comparação com 2022 quando 284 pessoas perderam a vida. O levantamento foi divulgado na última quinta-feira (5) pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde. 

Em 2023 foram 12 óbitos na região e neste ano, conforme a reportagem apurou junto ao Cerest, já são 18 mortes por acidente de trabalho. Três no município, uma por acidente de trânsito e duas por choque elétrico. Nos últimos dois anos a Fronteira Oeste registrou 30 mortes no âmbito do trabalho.

Conforme dados apurados pelo Cerest em Alegrete, no ano de 2024 foram notificados 1.698 casos de doenças ou acidentes relacionados ao trabalho na área de abrangência do Cerest Oeste, ou seja, todos os dias, mais de quatro trabalhadores foram atendidos por doenças ou acidentes relacionados ao trabalho na Fronteira Oeste.

Os dados levam em conta três tipos de ocorrências durante o trabalho. O acidente típico que ocorre no decorrer da jornada laboral do trabalhador. O de trajeto que é registrado durante o deslocamento e as doenças agravadas pela jornada. 

Em todo ano passado foram registrados 320 acidentes típicos. Em 2022, foram 236 casos. Segundo os dados, cerca de 50% dos casos envolveram pessoas com “vínculo precário”, como autônomos. Em relação ao setor, mais de 38% das ocorrências fatais ocorreram com trabalhadores da agricultura e pecuária. Na sequência, estão motoristas e pedreiros. 

Em relação ao perfil, homens correspondem a 93,49% das vítimas. Em relação a idade, a maior dos casos envolve pessoas com 65 anos. 

Para a psicóloga do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, Luana Dullius, o aumento de óbitos de trabalhadores com 65 anos ou mais pode ser relacionado à necessidade de idosos continuarem trabalhando depois da aposentadoria, se expondo a riscos laborais muitas vezes sem o devido preparo adequado.

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