Empresas europeias querem competir com a Starlink

Três empresas europeias, representadas pela Airbus, especializada no setor aeroespacial e bélico, pretendem formar uma joint venture e criar uma nova companhia de satélites de baixa órbita para concorrer diretamente com a Starlink, de Elon Musk.

Apelidado de projeto Bromo, o consórcio deve envolver a Airbus, a multinacional francesa Thales, que também atua nos segmentos aeroespacial, de defesa, segurança e sistemas de informação, e a italiana Leonardo, uma das maiores indústrias de alta tecnologia do mundo, também voltada ao setor aeroespacial.

Ainda em formato embrionário e no campo das discussões técnicas, o processo tende a ser acelerado por fatores em comum entre as três gigantes. Todas passam por uma reestruturação de atividades, com perdas significativas em suas áreas de atuação.

A Airbus, por exemplo, pretende cortar cerca de 2,5 mil postos de trabalho em sua área de defesa e espaço até meados de 2026, o que representa aproximadamente 7% de seu quadro de empregados.

O objetivo do projeto é posicionar as empresas europeias no mercado espacial, além de enfrentar a crescente presença de companhias chinesas, que já estão em estágios avançados. Algumas, como a SpaceSail, têm contratos fechados, incluindo parcerias com o governo brasileiro.

Outras grandes multinacionais também estão de olho nesse mercado. É o caso da Amazon e seu Project Kuiper, cujo objetivo é levar internet para áreas remotas, especialmente aquelas onde infraestruturas como fibra óptica ou redes fixas sem fio (FWA) não chegam com facilidade.

Para isso, a empresa de Jeff Bezos nomeou o executivo brasileiro Douglas Silva para liderar a área comercial do projeto de internet via satélites de baixa órbita, que deve entrar em operação em 2025.

As companhias europeias são tradicionalmente especializadas em satélites geoestacionários, que orbitam a Terra a 36 mil quilômetros de altitude e são utilizados para monitoramentos meteorológicos e telecomunicações. 

No entanto, no campo dos satélites de baixa órbita, utilizados para fornecer conexão à internet de alta velocidade e baixa latência em regiões remotas, o domínio é quase total da Starlink.

Atualmente, a empresa de Elon Musk possui aproximadamente 6,2 mil satélites em operação na órbita terrestre e continua em expansão.

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