Projeções econômicas sobem e pressionam mercado: inflação, dólar e Selic em foco

O Boletim Focus divulgado nesta semana revelou uma alta nas projeções econômicas para 2024 e 2025, com aumentos no IPCA, na taxa Selic e no câmbio, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) teve variações pontuais. O cenário reforça a preocupação do mercado com o controle da inflação e o impacto nas expectativas de crescimento.

Segundo Marco Prado, apresentador do programa Pré-Market, a ausência de ações específicas no câmbio, mesmo diante da alta da inflação, pode indicar que o Banco Central pode começar a considerar intervenções futuras. “Como não ter alta no dólar se a inflação está subindo? A pergunta que fica é se o Banco Central está pensando em fazer intervenção no câmbio”, questionou Prado.

IPCA e Selic sobem, ampliando alerta para inflação

O mercado ajustou suas expectativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Para 2024, a projeção subiu de 4,63% para 4,71%, distanciando-se ainda mais do teto da meta de inflação. Em 2025, o índice avançou de 4,34% para 4,40%.

A taxa Selic também foi revista. Para 2024, a projeção permaneceu em 11,75%, mas, para 2025, a expectativa subiu de 12,25% para 12,63%, indicando um ciclo monetário mais apertado.

PIB e câmbio

As estimativas para o crescimento do PIB brasileiro em 2024 foram elevadas de 3,17% para 3,22%, após semanas de estabilidade. Para 2025, no entanto, o número permaneceu inalterado em 1,95%, mostrando uma perspectiva de crescimento moderado no médio prazo. As projeções para o câmbio em 2024 foram mantidas em R$ 5,70, enquanto, para 2025, o número subiu de R$ 5,55 para R$ 5,60, sinalizando pressões adicionais no mercado de moedas.

Impactos no mercado financeiro

O aumento nas projeções do IPCA e da Selic pode resultar em maior pressão sobre o custo do crédito, impactando tanto o consumo quanto os investimentos. Além disso, a alta do câmbio pode encarecer insumos importados, pressionando ainda mais os índices de preços.

Para investidores, o momento é de cautela, com atenção redobrada para os movimentos do Banco Central. Qualquer sinalização de intervenção ou ajuste nas políticas monetárias será decisivo para definir o rumo do mercado.

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