Saiba como influenciadores enganavam apostadores, segundo polícia

A delegada Josy Lima, titular da Delegacia de Defraudações (DDEF), afirmou nesta sexta-feira (1º) que influenciadores digitais envolvidos na “Operação Rifa Limpa” enganavam participantes de rifas online ao não entregarem os prêmios prometidos.

A investigação revelou que carros, joias e outros itens sorteados ficavam, na verdade, sob controle dos organizadores, enquanto vídeos falsos de “ganhadores” eram produzidos para manter a credibilidade do esquema.

Leia também

  • Carros de luxo apreendidos, segundo a polícia, nas casas de MC Poze e Roginho Dú Ouro

    MC Poze debocha da apreensão de carros de luxo: ‘Saudades do papai’

  • Carros de luxo apreendidos, segundo a polícia, nas casas de MC Poze e Roginho Dú Ouro

    Polícia passa o rodo na casa de MC Poze em ação contra jogo ilegal

“Aqueles que promoviam as rifas utilizavam os resultados da Loteria Federal para tentar dar um ar de credibilidade e legalidade aos sorteios, mas era tudo totalmente ilegal. As rifas eram promovidas sem qualquer auditoria oficial, e nosso setor de inteligência apurou que os prêmios, como carros e joias, não eram transferidos para os ganhadores, mas ficavam no nome das agências bancárias. As pessoas ganhavam, mas não levavam”, explicou.

Delegada Josy Lima revela que credibilidade do esquema era mantida com vídeos de falsos ganhadores


Delegada Josy Lima revela que credibilidade do esquema era mantida com vídeos de falsos ganhadores


|  Foto:
Lucas Alvarenga

Alvos

Os principais alvos da operação, de acordo com Lima, são influenciadores digitais e seus associados, incluindo o cirurgia plástico Bolívar Guerrero Silva, Roger Rodrigues dos Santos (conhecido como Roginho Dú Ouro), Jonathan Luis Chaves Costa (o Jon Jon) e Leandro Medeiros (o Lacraia).

Durante a investigação, o nome de MC Poze, um dos influenciadores mais populares, surgiu por conta de seu vínculo com Vivi Noronha – sua esposa e uma das principais suspeitas na operação.

  • Influenciadores contratavam pessoas para atuar como ganhadores falsos

    Influenciadores contratavam pessoas para atuar como ganhadores falsos | Foto: Lucas Alvarenga
  • Influenciadores contratavam pessoas para atuar como ganhadores falsos

    Influenciadores contratavam pessoas para atuar como ganhadores falsos | Foto: Lucas Alvarenga
  • Influenciadores contratavam pessoas para atuar como ganhadores falsos

    Influenciadores contratavam pessoas para atuar como ganhadores falsos | Foto: Lucas Alvarenga
  • Influenciadores contratavam pessoas para atuar como ganhadores falsos

    Influenciadores contratavam pessoas para atuar como ganhadores falsos | Foto: Lucas Alvarenga
  • Influenciadores contratavam pessoas para atuar como ganhadores falsos

    Influenciadores contratavam pessoas para atuar como ganhadores falsos | Foto: Lucas Alvarenga

Embora Poze inicialmente não fosse alvo direto, a polícia descobriu indícios de sua possível ligação com as atividades. Os seus bens, como joias e carros de luxo, foram apreendidos pela polícia.

“A participação de MC Poze está sendo investigada com atenção, pois, apesar de ele não ser um alvo direto nesta fase, seu nome apareceu nas apurações e precisamos entender melhor seu envolvimento com o esquema. A sua visibilidade nas redes sociais pode ter servido para dar uma falsa credibilidade aos sorteios, e queremos esclarecer se ele, de alguma forma, estava ciente das fraudes que estavam sendo realizadas por sua esposa e pelos demais envolvidos”, compartilhou a delegada.

Farsa

A delegada Josy Lima revelou, ainda, que os influenciadores iam além das fraudes tradicionais, contratando pessoas para atuar como ganhadores falsos em suas rifas.

“Descobrimos que, em alguns casos, os influenciadores pagavam amigos ou conhecidos para gravar vídeos agradecendo pelos prêmios, criando uma narrativa enganosa de que as rifas eram legítimas e que os sorteios estavam sendo realizados de forma transparente”, explicou a delegada.

Ela esclareceu a ilegalidade das rifas promovidas pelos influenciadores, enfatizando que a falta de regulamentação e autorização adequada é um dos principais fatores que tornam essas práticas criminosas.

“Para que uma rifa seja considerada legal, é imprescindível que haja autorização prévia da Secretaria de Avaliação, Planejamento, Energia e Loteria (Secap), que é vinculada ao Ministério da Fazenda. Além disso, apenas pessoas jurídicas sem fins lucrativos estão autorizadas a promover esses sorteios, ou seja, a finalidade deve ser social e beneficente. O que observamos neste caso é que os influenciadores não preenchiam esses requisitos e, mesmo assim, promoviam rifas com a falsa aparência de legitimidade”, explicou.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.