Nelson Tanure contrata Rothschild para preparar proposta pela Braskem

Jornalista Cynthia Decoedt:

 

“O empresário Nelson Tanure contratou o banco de investimento internacional Rothschild para assessorá-lo em uma proposta que deve levar vários meses para ser formalizada para aquisição de fatia da Novonor (ex-Odebrecht) na Braskem, apurou o Broadcast.

A busca de um banco de investimento, antecipada pelo Broadcast, vinha sendo trabalhada pelo empresário após ter manifestado sua intenção de negociar com a família Odebrecht, bancos e Petrobrás na segunda quinzena de maio.

Tanure já fez rodadas de conversas com bancos, mas também precisa da anuência para qualquer proposta da Petrobras, que é acionista da petroquímica. Portanto, diz a fonte, a petroleira brasileira é uma prioridade. A presidente da estatal de petróleo, Magda Chambriard, tem deixado claro que está disposta a conversar e que acredita que uma proposta para aquisição da fatia da Novonor na petroquímica é positiva. Mas também que a Petrobras quer ampliar sua gestão na empresa, o que deve passar por uma revisão no acordo de acionistas. Chambriard descartou, no entanto, qualquer intenção de estatizar a empresa.

A proposta inicial de Tanure seria por uma parte da fatia controladora da Novonor na Braskem, sendo que a família Odebrecht permaneceria com entre 3,5% e 5% de participação no capital total da petroquímica, a depender do acordo com os bancos. A Novonor é atualmente dona 50,1% das ações ordinárias, o que lhe garante o controle da petroquímica, e de 38,3% do capital total. A Petrobras é detentora de 47% do capital votante e de 36,1% do total. O restante está no mercado.

A chegada de Tanure aconteceu quando os bancos se preparavam para assumir as garantias na Braskem e entregar a gestão da participação a uma casa especializada em reestruturação operacional e financeira. A IG4 pode ser contratada para fazer este trabalho, caso os bancos decidam prosseguir com tal estratégia.

A fatia controladora da Novonor na Braskem está à venda há seis anos e tem esbarrado na equação do valor da dívida e nos problemas em Maceió (AL), após um incidente geológico nas operações sal-gema da petroquímica e que levaram a provisões de bilhões. A petroleira de Abu Dhabi Adnoc propôs em 2023 ficar com 38% do capital total da Braskem por R$ 10,5 bilhões, mas as negociações não seguiram adiante.”

 
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