Postagens com ameaças a escolas cresce mais de 300% no Brasil

O número de postagens com ameaças a escolas nas redes sociais cresceu em média 360% entre 2021 e maio de 2025, segundo levantamento divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O estudo ‘Aspectos da Violência nas escolas analisados a partir do mundo digital’ foi feito em parceria com a empresa de monitoramento Timelens, que analisou 1,2 milhão de menções em redes de posts sobre ataques a escolas.

No primeiro ano de monitoramento, em 2021, os pesquisadores encontraram cinco conteúdos com ameaças/hora. Em 2023, foram 12/hora. Já em 2025, foram 23/h em média. Esses posts não estão apenas mais frequentes, mas circulam abertamente nas redes. Autores de ataques a escolas também têm sido cada vez mais elogiados em mensagens na internet. Até 21 de maio deste ano, foram relatadas mais de 88 mil menções diretas contra alunos, professores e diretores nas redes sociais.

Em todo o ano de 2024 esse número foi de 105.192 postagens, enquanto em 2021 foram 43.830 posts. Esses saltos expõem ‘a urgência de ações coordenadas para conter essa escalada’, segundo o estudo. A circulação desses conteúdos com discurso de ódio também tem mudado. Em 2023, 90% deles estavam restritos à deep web (área da internet que não aparece em buscas comuns).

Já em 2025, segundo a análise, a exposição desse tipo de conteúdo nesse ambiente fechado caiu para 78%. A alteração sinaliza que as mensagens violentas e ameaçadoras atualmente aparecem livremente, sem filtro, na internet tradicional.

Para Renato Dolci, diretor de dados na Timelens, a violência digital não é mais uma exceção – tornou-se parte do cenário cotidiano. Ele destaca que não se trata de uma tendência, mas de um novo ecossistema em que meninos solitários, hiperconectados e emocionalmente desamparados encontram nas redes sociais um caminho que começa com acolhimento e termina em radicalização. ‘Quando o algoritmo substitui o afeto e a escuta, o risco deixa de ser virtual’, afirma o diretor da Timelens. Segundo ele, a violência nas redes ganhou terreno porque encontrou público, linguagem, recompensa e impunidade.

Com informações do Estadão

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