Quem é Hossain Salami, chefe da Guarda Revolucionária que o Irã diz ter sido morto por Israel


Hossein Salami era uma das figuras mais poderosas entre os militares iranianos. Israel conduziu ataque contra alvos do programa nuclear do Irã. Imagens mostram fumaça em Teerã
A TV estatal do Irã anunciou que o chefe da Guarda Revolucionária, Hossein Salami, morreu em um ataque de Israel lançado contra o país na madrugada desta sexta-feira (13), pelo horário local — noite de quinta-feira (12), no Brasil.
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Tendo sob seu comando 120 mil homens, Salami era o comandante-chefe da Guarda Revolucionária Iraniana desde abril de 2019. A guarda é a mais poderosa organização armada do Irã, com forças de terra, mar e ar.
O grupo tem caráter ideológico, patrocinando grupos e milícias pelo Oriente Médio, especialmente para combater forças inimigas como os Estados Unidos e Israel sem envolver diretamente o Irã.
Hossein Salami, chefe da Guarda Revolucionária do Irã
Reuters
Países como Estados Unidos e Canadá consideram a Guarda Revolucionária Iraniana um grupo terrorista.
Salami era um nome forte e próximo ao regime iraniano, veterano da guerra Irã-Iraque dos anos 1980. Estudou gestão de defesa no Exército iraniano e, em 1997, já chegou a um cargo alto, de chefe de operações da Guarda Revolucionária.
Ele tinha voz no programa nuclear iraniano desde então. Em 2006, o Conselho de Segurança da ONU impôs sanções contra ele por esse envolvimento no programa balístico.
O chefe da Guarda Revolucionária já declarou na televisão que o Irã tinha como estratégia varrer o regime sionista do mapa, uma referência a Israel.
A morte dele pode representar uma escalada no conflito entre Israel e o Irã.
Além de Salami, o Irã também confirmou as mortes dos cientistas nucleares Mohammad Mehdi Tehranchi e Fereydoon Abbasi.
Na madrugada desta sexta-feira, as Forças de Defesa de Israel atingiram dezenas de alvos no território iraniano. Explosões foram registradas em Teerã e várias cidades do país. Os militares afirmaram que a operação tem como objetivo impedir o avanço do programa nucelar do Irã.
Logo após os bombardeios, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, fez um pronunciamento afirmando que o principal alvo foi a usina de Natanz, considerada o centro do programa de enriquecimento de urânio do Irã. Segundo ele, cientistas envolvidos nesse programa também foram alvejados.
“Estamos em um momento decisivo na história de Israel”, declarou Netanyahu. Ele afirmou ainda que os ataques continuarão “por quantos dias forem necessários”, com o objetivo de conter o que chamou de “ameaça iraniana à própria sobrevivência de Israel”.
O ministro da Defesa, Israel Katz, declarou estado de emergência e determinou o fechamento do espaço aéreo israelense, como medida de precaução diante de possíveis retaliações.
Os Estados Unidos negaram envolvimento direto na operação. De acordo com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, Washington foi informado, mas não participou da ação.
O ataque acontece em meio à escalada nas tensões entre Israel e Irã e às alegações de que Teerã estaria em estágio avançado no desenvolvimento de armas nucleares. Um oficial das Forças Armadas israelenses afirmou que o Irã já possui urânio suficiente para produzir bombas nucleares.
O que é a Guarda Revolucionária do Irã
Hossein Salami fala durante encontro com o aiatolá Ali Khamenei, em 2023
WANA via Reuters
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