Como a IA vai ajudar a marcar impedimentos na Copa do Mundo de Clubes

A inteligência artificial será um reforço na marcação de impedimentos durante a Copa do Mundo de Clubes da Fifa.

A Fifa quer acelerar a decisão em impedimentos flagrantes e claríssimos, acrescentando mais um elemento tecnológico, além do VAR.

Como vai funcionar? O incremento faz parte do sistema do impedimento semiautomático.
É aquele já famoso nas principais competições do mundo, que mapeia o corpo dos jogadores, usa um monte de câmeras nos estádios e evita a marcação manual das linhas que às vezes gera polêmica no Brasil. A bola também tem um sensor.

Mas em que momento exatamente a inteligência artificial vai agir?

“A informação vai ser enviada quando o jogador tocar na bola”, mencionou Pierluigi Collina, presidente da comissão de arbitragem da Fifa.

A ideia é que o sistema envie uma sinalização aos assistentes para lances claros e indiscutíveis de impedimento.

Assim, os auxiliares ganham um alerta para não precisarem do “delay” de esperar a jogada ser concluída para ver o desfecho dela e não atrapalhar uma eventual necessidade de revisão no VAR.

A entidade não quer que a tecnologia se envolva nos aspectos interpretativos do impedimento – robô ainda não interpreta. A proposta é evitar um efeito colateral do VAR.

A Fifa se incomodou porque o conceito de lance duvidoso ficou ainda mais amplo com o passar do tempo. Ela notou que tinha assistente dentro de campo esperando demais pela tecnologia, apesar de ter condições de tomar a decisão.

“Manter a bandeira abaixada é dar à tecnologia a possibilidade de ajudar se a decisão for errada. A gente sabia que poderia ter consequências. Provavelmente, eles foram um pouco mais longe. O que era dúvida ficou ainda maior e maior”, citou Collina, com um recado claro aos árbitros:

“Lembramos os nossos assistentes para serem mais corajosos, rápidos, quando um impedimento for impedimento. Impedimento de 2 metros não pode ser dúvida”.

Alegando confidencialidade nos contratos com fornecedores, a Fifa não revelou quanto essa nova tecnologia implementada no Mundial de Clubes vai custar.

A entidade também rechaça a hipótese de que o trabalho dos assistentes chegará ao fim com o aumento do uso da tecnologia.

“Estamos usando tecnologia não para remover pessoas, mas para dar apoio. A interpretação de interferir no oponente não será dada à IA. Os árbitros assistentes ainda têm muita coisa para fazer”, completou Collina.

OUTROS ASPECTOS DE ARBITRAGEM NO MUNDIAL

A Fifa vai usar a regra dos oito segundos para reposição de bola por parte do goleiro. Isso já está valendo no Brasil e nas competições da Conmebol (Libertadores e Sul-Americana). Mas é novidade para os europeus, por exemplo.

Na apresentação que fez à imprensa nesta quarta-feira (11), a Fifa usou vídeo de dois árbitros brasileiros fazendo a contagem para posse do goleiro, Raphael Claus e Bruno Arleu.

“Os árbitros vão ser precisos o suficiente para considerar corretamente o tempo. A regra não foi feita para ser exatamente precisa. Ah, 8,1 segundos e apita. Mas não queremos que tenha goleiro com a bola 20 segundos na mão. Esse é o propósito”, explicou Collina.

Os árbitros também vão usar uma câmera corporal na cabeça, que tentará replicar a visão que eles têm em campo.

O foco principal é gerar conteúdo diferenciado do jogo, novos ângulos, para o lado do entretenimento do torcedor. A imagem vai para o VAR?

“Pode ser usado. Mas não será usado”, resumiu Collina, justificando: se a câmera está perto do olho do árbitro é porque vai flagrar algo que o árbitro já viu, em tese.

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