Moraes manda fugitiva de Balneário Camboriú deportada pelos EUA para colônia penal

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro do STF Alexandre de Moraes determinou nesta quarta-feira (11) que uma brasileira fugitiva dos ataques do 8 de Janeiro e que foi deportada como imigrante ilegal pelos Estados Unidos ficará presa em regime semi-aberto em colônia penal.

Ministro do Supremo Tribunal federal endureceu a pena após fuga internacional. A garçonete Cristiane da Silva, 33, rompeu a tornozeleira eletrônica que usava como parte de medidas cautelares impostas pelo STF e deixou o Brasil. Fugiu inicialmente para a Argentina, seguiu viagem por outros países até chegar aos EUA. Foi detida em El Paso, no Texas, por imigração ilegal, e acabou deportada de volta ao Brasil no mês passado.

Antes da fuga, Cristiane havia sido condenada a uma pena mais leve. Havia a determinação de um ano de restrições de direitos, como permanecer em Balneário Camboriú (SC), prestar 225 horas de serviços comunitários, não usar redes sociais e fazer curso presencial sobre o Estado de Direito. Ela também teria que contribuir, ao fim do processo coletivo, com uma parte da multa de R$ 5 milhões destinada à reconstrução dos prédios públicos danificados.

Cristiane agora terá que cumprir pena em colônia penal agrícola ou industrial em Santa Catarina. A nova decisão determina que ela seja transferida para uma unidade do regime semiaberto no estado onde morava. Ela poderá trabalhar durante o dia e, dependendo do caso, realizar atividades externas, como cursos. Atualmente, está detida em Fortaleza (CE), onde chegou após ser deportada dos EUA.

Ministro Alexandre de Moraes apontou “desprezo pela Justiça” por parte da ré. Na decisão, ele afirmou que Cristiane demonstrou completo desrespeito ao STF ao descumprir medidas impostas e tentar frustrar a execução da pena com a fuga internacional. A evasão, segundo ele, justificou a decretação da prisão preventiva e o endurecimento da sanção.

Cristiane negou envolvimento nos crimes dos atos golpistas e alegou que foi ao local apenas “para passear”. Em entrevista concedida ao UOL ainda nos EUA, Cristiane declarou que se arrependeu de ter ido às manifestações de 8 de janeiro, mas negou envolvimento em qualquer ato criminoso. Disse estar sendo injustiçada e alegou que foi ao local apenas “para conhecer”.

Detenção nos EUA foi marcada por relatos de maus-tratos. Durante audiência de custódia no Brasil, Cristiane disse ter sido submetida a tratamento degradante tanto no Texas como no Brasil, após a deportação. Segundo sua defesa, ela viajou durante oito horas algemada, com correntes na cintura, sem acesso à água ou ao banheiro. No Brasil, disse que um policial federal fez provocações e a tratou com hostilidade ao saber de sua condenação.

Defesa diz que tomará “providências em relação à decisão do STF”. A advogada Tatiéli Chagas destacou que o procurador-geral da República, Paulo Gonet, opinou pela soltura de Cristiane.

FAMÍLIA ESPERA POR RETORNO

Cristiane ficou presa dez dias em Brasília em janeiro de 2023. Depois, ficou sendo monitorada por tornozeleira eletrônica em sua cidade, Balneário Camboriu (SC). No período, rejeitou um acordo de não persecução penal, que poderia encerrar o processo. Cristiane disse ao UOL que não assinou o documento porque não queria admitir nenhum crime .

Em 24 junho de 2024, quando ainda era ré, quebrou a tornozeleira e fugiu para Argentina. Em novembro do ano passado, ela e um grupo fugiram do país, que passou a prender militantes bolsonaristas condenados no Brasil. De lá, fugiram para Peru, Colômbia e México. Em 21 de janeiro deste ano, acabou presa por imigração ilegal no Texas.. A irmã da ré, Solange Silva, afirmou que a família aguarda com esperança o desfecho da situação e deseja que Cristiane retorne para casa o quanto antes.

Percurso de 10 mil km pelas Américas

Cristiane ficou presa dez dias em Brasília em janeiro de 2023. Depois, ficou sendo monitorada por tornozeleira eletrônica em sua cidade, Balneário Camboriu (SC). No período, rejeitou um acordo de não persecução penal, que poderia encerrar o processo. Cristiane disse ao UOL que não assinou o documento porque não queria admitir nenhum crime .

Em 24 junho de 2024, quando ainda era ré, quebrou a tornozeleira e fugiu para Argentina. Em novembro do ano passado, ela e um grupo fugiram do país, que passou a prender militantes bolsonaristas condenados no Brasil. De lá, fugiram para Peru, Colômbia e México. Em 21 de janeiro deste ano, acabou presa por imigração ilegal no Texas.

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