Solteiro x casal: de qual lado você está na ‘guerra’ neste Dia dos Namorados?

No mês em que o romantismo toma conta das vitrines e das redes sociais, o Dia dos Namorados reacende sentimentos, expectativas e também movimenta o comércio. Seja para quem está em um relacionamento duradouro ou para os que escolhem viver a data solteiros, o amor, nas suas diversas formas, é celebrado.

A bióloga Camila Alves Baroldi, de 24 anos, é uma das que aproveita a data para demonstrar afeto. Namorando há três anos com João Pedro Pereira Araújo, ela conta que o cuidado diário é o maior presente que um casal pode trocar.

“Esse ano, escolhi dar uma jaqueta que ele estava de olho. Ele comentou por alto que queria uma, então já anotei mentalmente. A gente tem esse costume de observar com carinho e tentar surpreender com algo que seja útil e desejado”, contou.

Camila reforça que os gestos simples fortalecem o vínculo do casal.

“Pode parecer simples, mas ouvir o outro de verdade, respeitar os espaços e manter a leveza fazem muita diferença. Trocar presentes, mesmo que algo simples, é uma forma de fortalecer a conexão, o cuidado e o amor que temos um pelo outro”, disse.

Já para o estudante de Jornalismo Jhonatan Veras, de 24 anos, o Dia dos Namorados tem outro significado. Ele encara a data com tranquilidade, mesmo sem estar em um relacionamento.

“São 24 anos passando esse dia solteiro, então acabei me acostumando. Brinco que talvez eu seja o ‘livramento’ na vida de algumas pessoas, enquanto muitos enfrentam brigas, términos e recomeços, eu sigo em paz”, diz com bom humor.

Apesar de solteiro, Jhonatan não se sente à margem da comemoração.

“Tem seu lado bom, não gasto com presentes, não crio expectativas e ainda aproveito as promoções dos fast-foods e lojas de cosméticos. Dá até pra curtir. Ver pessoas se declarando me dá esperança de que, quando for a minha vez, vai ser verdadeiro”, afirma.

Ele acredita que estar solteiro no Dia dos Namorados é apenas uma fase da vida.

“Prefiro esperar o amor certo, no tempo de Deus, do que correr atrás de alguém só pra preencher uma carência ou seguir um padrão”, afirmou.

Comércio comemora aumento nas vendas

Enquanto histórias de amor inspiram e os solteiros também encontram formas de curtir a data, o comércio celebra um cenário otimista. Segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Niterói, a expectativa é de um aumento de 6% nas vendas em comparação com 2024.

Vestuário, perfumaria, joalheria, floriculturas e livrarias estão entre os segmentos mais procurados pelos casais apaixonados.

“As vendas começam muito antes, mas o movimento do dia acaba sendo mais concentrado nos serviços, com destaque para bares, restaurantes, redes hoteleiras e cinemas”, afirmou Luiz Vieira, presidente da entidade.

Além dos produtos tradicionais, o diferencial está na experiência oferecida. Embalagens criativas, kits personalizados e ações promocionais são estratégias para tornar o presente ainda mais especial. Para os microempreendedores e pequenos negócios, ideias como cestas para piqueniques, jantares românticos com reserva antecipada e kits para noites especiais também prometem atrair casais que buscam sair da rotina.

Origem da data no Brasil 

Enquanto grande parte do mundo celebra o amor no dia 14 de fevereiro com o famoso Valentine’s Day, no Brasil os casais trocam declarações, presentes e flores no dia 12 de junho. O Valentine’s Day, comemorado em países como Estados Unidos, Canadá e grande parte da Europa, é uma tradição antiga que homenageia São Valentim, um bispo cristão que, segundo a lenda, realizava casamentos em segredo durante o Império Romano.

Já no Brasil, a escolha do dia 12 de junho não tem relação direta com São Valentim. A data foi criada em 1948 por uma campanha publicitária, com o objetivo de aquecer as vendas no mês de junho, considerado fraco para o comércio.

A inspiração veio da véspera do Dia de Santo Antônio, celebrado em 13 de junho e conhecido popularmente como o “santo casamenteiro”, figura querida entre os brasileiros por seu simbolismo de união amorosa.

Assim, o Dia dos Namorados no Brasil nasceu de uma estratégia de marketing, e não de uma tradição religiosa ou cultural. Mesmo assim, a data foi rapidamente incorporada ao calendário afetivo dos brasileiros e se tornou uma das mais importantes para o varejo nacional, ao lado do Natal e do Dia das Mães.