Mapa da Segurança: Homicídio de mulheres reduziu 8,7% em 2024

Essa redução vai no sentido oposto dos feminicídios, que tiveram um aumento de 0,83% em 2024 José Cruz/ Agência Brasil – 24/03-2024

O homicídio doloso de vítimas do sexo feminino reduziu 8,78% em 2024, em comparação aos dados do ano anterior, isso é o que aponta o Mapa da Segurança Pública 2025, lançado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) nesta quarta-feira (11). Mesmo com a queda, o Brasil ainda registrou um total de 2.422 mortes dessa natureza, o que equivale a sete assassinatos por dia. 

O estado com maior diminuição nos casos de homicídio contra mulheres foi o Amapá, com uma redução de 55,56%. Em seguida, aparece Sergipe, com queda de 43,48% nos registros, se comparado com 2023. Amazonas, Distrito Federal e São Paulo também estão entre os locais com menos ocorrências dessa natureza em 2024, com baixas percentuais de 41,25%, 28,57% e 26,87%, respectivamente. 

Por outro lado, Rondônia (157,69%), Acre (40%), Ceará (20,63%), Minas Gerais (10,43%) e Mato Grosso do Sul (9,62%) foram os estados com maiores aumentos percentuais de vítimas em 2024. O local com maior concentração de homicídios de mulheres foi o Rio de Janeiro, com 76 casos, seguido de Fortaleza (73), Salvador (65), São Paulo (45) e Caucaia (34), no Ceará. 

Os dados foram apresentados pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, em cerimônia realizada no Palácio da Justiça, em Brasília (DF). A publicação foi produzida a partir dos dados enviados pelos estados e pelo Distrito Federal, por meio do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp). 

O mapa reúne os principais indicadores criminais e as estatísticas coletadas em âmbito nacional e serve como referência para a formulação de políticas públicas, diagnósticos e pesquisas. A iniciativa é da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), por meio da Diretoria de Gestão e Integração de Informações (DGI), do MJSP. 

Feminicídios

Essa redução vai no sentido oposto dos feminicídios, que tiveram um aumento de 0,83% em 2024 e alcançaram um recorde histórico, com quatro homicídios qualificados de mulheres por dia. Nesse período, ocorreram 1.459 assassinatos em decorrência do gênero. 

Diferente do homicídio doloso de vítimas do sexo feminino, cometido sem a qualificadora — ou seja, por motivos que não têm relação com o fato de a vítima ser mulher —, o feminicídio é caracterizado por uma violência grave e específica, geralmente ligada ao contexto doméstico e familiar, envolvendo menosprezo ou discriminação motivada pela condição de gênero.

A unidade da federação que registrou mais aumento foi o Piauí, com 42,86%. Em seguida está o Maranhão, com 38%; Paraná, com 34,57%; Amazona, com 30,43%; e Mato Grosso do Sul e Roraima, cada um com 16,67%. A região com crescimento mais expressivo foi o Nordeste, com 1,49%. 

“Não é mais o caso de falarmos em violência doméstica, porque a violência contra mulher não é mais intramuros, mas em qualquer lugar”, opinou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. 

“A violência contra a mulher é uma das maiores preocupações deste ministério [da Justiça]. O aumento nos casos de feminicídio e o estupro de mulheres nos mostram que é preciso continuar investindo em ações que protejam nossas mulheres”, acrescentou Lewandowski, que classificou o aumento dos casos como “inaceitável”. 

Outros dados revelados pelo Mapa da Segurança Pública mostram o cenário da violência contra a mulher no Brasil. As tentativas de homicídio também cresceram. Em 2024, houveram 8.648 vítimas, sendo 24 por dia, um aumento de 16,10% se comparado com 2023. Além disso, as lesões corporais seguidas de morte subiram 13,73%, com 58 vítimas no ano-base. 

Em relação aos estupros de mulheres, houve aumento de 0,10%, com  71.834 vítimas ao longo do ano, o que equivale a 196 por dia. Os casos de violações sexuais envolvendo outros segmentos da sociedade, como menores de idade e população de outros gêneros, tiveram aumento de 1,11% em 2024, em relação a 2023. Foram 83.114 vítimas no ano passado, um total de 227 violações por dia.

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