Ibovespa fecha em alta, mas segue lateralizado em meio a gangorra entre bancos e commodities

Ibovespa opera de olho em decisões Trump

O Ibovespa encerrou o pregão desta segunda-feira (10) com alta de 0,54%, aos 136.436 pontos, apoiado pela divulgação do IPCA abaixo do esperado. A leitura de inflação mais fraca reacendeu a discussão sobre possíveis cortes na taxa básica de juros — movimento que ainda está fora do radar majoritário para 2025, mas que já começa a ganhar tração entre analistas e gestores.

Apesar do avanço, o Ibovespa permanece dentro de uma faixa lateral, em torno dos 135 mil pontos, comportamento que reflete um equilíbrio instável entre setores de peso na composição do índice.

“O Ibovespa tem respeitado a região dos 135 mil pontos, na minha opinião, por dois motivos principais. Temos cerca de 25 empresas que representam aproximadamente 75% do peso no índice, e, neste momento, há uma espécie de ‘gangorra’: as empresas de commodities pressionam o índice para baixo, enquanto o setor bancário o puxa para cima”, explica Anderson Silva, head da mesa de renda variável e sócio da GT Capital.

Destaques do dia no mercado

Com o alívio nas curvas de juros, empresas mais sensíveis ao custo de capital apresentaram forte desempenho. Entre as maiores altas do pregão estiveram:

  • VAMO3 – beneficiada diretamente pela expectativa de juros mais baixos;
  • BRKM5 – com investidores reagindo positivamente aos planos de expansão produtiva;
  • CSNA3 – em meio a sinais de possível retomada das operações nos Estados Unidos, diante da atual guerra tarifária.

Na ponta negativa, EMBR3, CXSE3 e BBSE3 recuaram, segundo Silva, por movimento de realização de lucros, sem drivers específicos no dia.

Dólar e cenário externo

O dólar teve leve repique nesta sessão, ainda dentro da faixa de suporte, encerrando em R$ 5,63, conforme observado por analistas técnicos. No acumulado do ano, a moeda americana já recua cerca de 10%, o que favorece parte dos ativos locais.

Perspectivas: lateralização segue como tendência no Ibovespa

Para as próximas semanas, Anderson Silva vê o mercado em compasso de espera, lateralizado, enquanto os investidores monitoram:

  • Novos dados de inflação;
  • Perspectivas para a política monetária;
  • E o andamento da agenda fiscal em Brasília.

“Acredito que o IBOV permaneça lateral para as próximas semanas, e o dólar negociando entre R$ 5,60 e R$ 5,70”, conclui.

Panorama técnico e acumulado

  • Volume financeiro: R$ 20,7 bilhões
  • Alta na semana: 0,25%
  • Desempenho em 2025: +13,4%

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