Preso na Academia da Polícia Militar, major gravou vídeos dias antes de sequestrar família e cometer duplo assassinato

O major da PM Pedro Silva, mesmo estando preso na Academia da Polícia Militar de Alagoas, conseguiu gravar dois vídeos no final do mês de maio. Ele fugiu do local na tarde desse sábado, 07, sequestrou a família da ex-mulher e assassinou o próprio filho, de apenas 10 anos de idade, e o cunhado, que também era policial militar. O major foi morto em confronto com militares do Bope. 

No conteúdo da primeira gravação, o major diz que a filmagem estava sendo realizada no dia 28 de maio. Ele se apresenta como policial militar da reserva, cita que estava preso com base na Lei Maria da Penha, por uma briga que teve com a ex-mulher e questiona a legalidade da prisão. 

“Bom dia a todos. Aqui quem vos fala é o major Pedro da PM-AL. Hoje me encontro na reserva, passei 30 anos servindo à sociedade. Hoje, me encontro na Academia de Polícia Militar, preso desde o dia 10 de janeiro. Hoje, já são 28 de maio, quase cinco meses. Fui preso pela Maria da Penha. Tive uma desavença com minha esposa, vias de fato. Ela quebrou meu dedo, tenho que fazer uma cirurgia. Eu a empurrei sem querer, porque ela me abraçou, me agarrou, me arranhou. Fui tentar me desviar dela e terminei a empurrando sem querer, ela veio a ter um hematoma no rosto. Não sei se foi devido a queda, que ela bateu na cama, ou se foi o cotovelo. Não tive a intenção de fazê-lo. Esse fato se deu no dia 09, por volta das 21h15. Fui preso na sexta-feira, faltando 10 minutos para as 23h, fora do flagrante. Fui preso na rua Manaus, ali no Prado, três viaturas me abordaram”, conta o major em um vídeo de quase sete minutos (assista acima)

O segundo vídeo em que o major aparece gravando a si mesmo é feito no dia seguinte, pelo que ele próprio narra. 

“Boa tarde a todos. Continuando o vídeo de ontem, aqui é o major Pedro que vos fala. Tive que parar porque chegou gente aqui no local, onde eu me encontro custodiado”. 

Reprodução

 

Nesta segunda gravação, que também tem quase sete minutos de duração, Pedro Silva passa a afirmar que suspeitava que estava sendo traído pela ex-mulher. Ele faz diversos comentários sobre o comportamento da vítima e de pessoas próximas a ela. O TNH1 optou por não publicar esse segundo vídeo em respeito à vítima. 

A reportagem procurou a Polícia Militar de Alagoas para saber como o policial que estava preso por violência doméstica teve acesso a equipamento (aparentemente um celular) para gravar vídeos e também como ocorreu a fuga do major custodiado dentro da Academia da PM, o que terminou ocasionando no sequestro da família da vítima e do duplo assassinato.

O TNH1 aguarda retorno da corporação e vai atualizar a matéria em caso de posicionamento.

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