Mulher de 34 anos é resgatada após 22 de escravidão em Manaus

Mulher é resgatada após 22 anos sem salário vivendo em condição análoga à escravidão em ManausDivulgação/MTE

Uma mulher de 34 anos foi resgatada em Manaus após ser submetida a condições análogas à escravidão por 22 anos, de acordo com o Ministério do Trabalho.

Segundo o MPT, a vítima começou a trabalhar aos 12 anos na casa de uma família local, sob a promessa de cuidar de uma idosa e ter acesso a oportunidades educacionais, mas isso nunca se concretizou.

Durante mais de duas décadas, ela atuou sem registro formal, sem remuneração e em jornadas exaustivas. Além das tarefas domésticas, a mulher era obrigada a produzir doces que eram comercializados pelos empregadores.

Ela prestou serviços para diferentes membros da mesma família e viveu em condições precárias. A vítima dormia em um quarto sem ventilação adequada, sem guarda-roupa e sem higiene mínima.

De acordo com relatos à equipe de auditores fiscais, a mulher trabalhava frequentemente descalça e, em determinados períodos, não tinha acesso a produtos básicos de higiene pessoal.

O caso foi descoberto em uma ação conjunta coordenada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), com o apoio do Ministério Público do Trabalho (MPT), Polícia Federal (PF) e Defensoria Pública da União (DPU). A fiscalização ocorreu no dia 5 de junho, no bairro Ponta Negra, zona oeste da capital amazonense, após denúncias encaminhadas desde o fim de maio.

Após o resgate, a mulher recebeu atendimento psicossocial pela Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (SEJUSC) e foi encaminhada para convívio com a família. As autoridades ainda avaliam medidas legais contra os responsáveis pela exploração, que podem responder por crime de trabalho análogo à escravidão.

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