IA não tem impacto na produtividade

Uma pesquisa analisando dados de empresas da Dinamarca que adotaram chatbots de inteligência artificial traz uma conclusão surpreendente: o ganho de produtividade dos profissionais foi ínfimo, com uma economia de apenas 3% no tempo investido nas tarefas. 

Para o caso de profissionais autônomos, entre 3% e 7% desses ganhos de produtividade se refletiu em um aumento de valores recebidos. 

A pesquisa é relevante por múltiplos fatores. O primeiro é que ela foi realizada pelo americano National Bureau of Economic Research, um dos centros de pesquisa sobre economia mais respeitados do mundo. 

Outro fator importante é a qualidade dos dados, oriundos de 25 mil funcionários de 7 mil empresas, focando em áreas que em tese teriam ganhos de produtividade com IA, como contabilidade, suporte de TI, atendentes de centros de atendimento, recursos humanos, marketing e direito. 

“Chatbots de IA não tiveram impacto significativo nos ganhos ou nas horas registradas em nenhuma ocupação”, resumem os autores da pesquisa, divulgada pela Fortune. 

https://fortune.com/2025/05/18/ai-chatbots-study-impact-earnings-hours-worked-any-occupation/

Os pesquisadores também não encontraram evidências de que funcionários humanos estivessem sendo substituídos por IA, um assunto frequente nos últimos tempos. 

Segundo o estudo, parte do hype em torno de IA é que as pesquisas anteriores focam exatamente em tarefas e profissões no qual o ganho de produtividade é de fato alto, como desenvolvimento de software, produção de textos de marketing ou vagas de emprego. 

Os pesquisadores apontam que parte da ausência de ganhos expressivos de produtividade se deve ao “gerenciamento de tempo” dos próprios profissionais e ao fato de que na prática, a adesão de IA nas empresas, mesmo na Dinamarca, é uma bagunça.  

“No mundo real, os funcionários estão usando essas ferramentas sem a aprovação dos chefes, em lugares nos quais isso não é encorajado”, aponta uma das pesquisadoras ouvidas pela Fortune.

Nesse contexto, não parece provável que um funcionário vá dizer ao seu chefe que está preparado para receber mais tarefas, porque se tornou mais rápido pelo uso de IA (e provavelmente receber mais trabalho como prêmio).

FOMO

Essa não é a primeira pesquisa mostrando que nem tudo que reluz é ouro no que tange inteligência artificial.

A IBM questionou 2 mil CEOs e descobriu que só 25% dos projetos relacionados com IA tiveram o retorno de investimento esperado e que a adoção da tecnologia está sendo estimulada principalmente pelo medo de ficar para trás, ou, para usar um jargão, pelo FOMO. 

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