Festival Burlesco em setembro não será mais no Teatro Municipal de Balneário Camboriú

O Página 3 noticiou no último final de semana que Balneário Camboriú terá em setembro o primeiro Festival Burlesco (relembre aqui), que seria no Teatro Municipal Bruno Nitz e em um restaurante na Praia dos Amores. 

Na programação consta ‘sarau erótico e performances burlescas’, o que desagradou moradores (com muitos comentários negativos inclusive no Instagram do jornal) e a Fundação Cultural, que decidiu que o evento não será mais no Teatro Municipal.

Diretor de Artes expôs que governo passado fez o repasse financeiro para o evento

O diretor de Artes da Fundação Cultural de Balneário Camboriú, Ed Rocha Junior, expos em uma série de vídeos em seu Instagram que foi na gestão de Fabrício Oliveira, que o evento foi aprovado pela Lei Aldir Blanc, com repasse de R$ 75 mil, feito pela então presidente da Fundação Cultural, Denize Leite.

Ed questionou onde estão vereadores do PL, como Guilherme Cardoso e Renan Bolsonaro, que não se posicionaram sobre o evento, já que ‘quem pagou pelo sarau erótico’ foi o antigo governo e o PL costuma ‘combater’ temas como esses.

“Se você ver o documento de pagamento, mostra que a então presidente da Fundação Cultural, Denize Leite, fez o pagamento no mês 11 (novembro/2024). […] Já sabendo que o Peeter [Grando, candidato de Fabrício] perdeu, que Fabrício não seria mais prefeito, que ela [Denize] deixaria o posto dela. Já sabendo de tudo isso, ela fez o pagamento no mês 11, para que o projeto fosse executado em 2025, basicamente deixando uma ‘arapuca’ para o governo Juliana”, acusou Ed em vídeo, citando que narrativas poderiam ser criadas, já que na eleição houve muitos comentários e acusações (por Peeter e Fabrício) de que Juliana Pavan seria uma candidata de esquerda (algo que ela sempre negou).

Ex-presidente da FCBC se pronuncia

O Página 3 procurou a ex-presidente da FCBC, Denize Leite, para que ela pudesse esclarecer se o que o diretor Ed disse procede ou não. 

Segundo ela, ‘diante das críticas relacionadas ao projeto aprovado pelo Edital nº 005/2024 da Lei Aldir Blanc’, é importante esclarecer alguns pontos: 

“Primeiro, os recursos destinados ao projeto são 100% federais, oriundos da Política Nacional Aldir Blanc, do Governo Federal. Nenhum centavo saiu dos cofres da prefeitura de Balneário Camboriú. Segundo, a escolha dos projetos não foi feita pela equipe da Fundação Cultural, mas por uma comissão técnica independente, formada por profissionais de fora do município e contratados por meio de edital público, como determina a legislação. Por fim, vale destacar que, no momento da inscrição, o proponente do projeto não utilizou termos de cunho sexual para descrever o evento, diferente das imagens veiculadas na internet, o que impossibilita qualquer avaliação prévia baseada em conteúdo não apresentado oficialmente”, afirmou.

Presidente da Fundação confirma: evento não será mais no Teatro Bruno Nitz

O Página 3 coletou informações sobre o festival, na última sexta-feira (23), diretamente do site da Fundação Cultural da cidade, mas a página que citava o evento foi excluída (como pode ser conferido aqui).

Página no site da Fundação Cultural que anteriormente divulgava o evento foi retirada do ar

Nesta terça-feira, 27), o jornal procurou o atual presidente da Fundação Cultural de Balneário Camboriú, Allan Müller Schroeder, que confirmou que o evento não irá mais acontecer no Teatro Bruno Nitz, conforme inicialmente divulgado pela própria FCBC em seu site. 

“O evento foi selecionado e pago ano passado, com prazo de execução de um ano. Havia uma pré-reserva do Teatro para setembro, como todos os eventos do segundo semestre ainda passaria pelo crivo da Comissão de Pautas, que faz as avaliações no final de junho, quando finda o prazo do edital de solicitações que se encontra em aberto. Porém, semana passada quando recebemos o inteiro teor do evento, percebemos que é um evento exclusivo para maiores de idade e que pode ter cenas inadequadas para o espaço público”, explicou.

Primeira atração do evento foi divulgada nas redes sociais do Festival – DFenix, artista trans não binário e carioca

Por isso, segundo Allan, a prefeita Juliana Pavan estará lançando nos próximos dias (provavelmente ainda nesta semana) um decreto específico para ‘clarear que esses eventos não devem ocorrer em nossos equipamentos’. 

“Quando este decreto for publicado, a Fundação Cultural estará adotando as medidas administrativas de acordo com as normas legais”, completou.

O que diz a organização do evento

A reportagem conversou com a assessora de imprensa do evento, Mariana Ferret, que disse que as organizadoras do Festival ainda não foram comunicadas sobre o assunto. 

“A Fundação pediu para marcar uma reunião com elas, então oficialmente a Fundação não comunicou ninguém da organização que o Festival não ocorreria mais no Teatro”, disse.

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