Brasil tem alta de casos de febre Oropuche: entenda origem, sintomas e tratamento


Bahia teve duas mortes entre maio e junho deste ano. Segundo o Ministério da Saúde, não há registros anteriores de morte pela doença na literatura médica. Mosquito maruim transmissor da Febre do Oropouche (FO).
Fiocruz
O Brasil já registrou mais de 10 mil casos de febre Oropouche em 2025, um aumento de mais de 50% em relação ao mesmo período do ano passado.
📈 Segundo dados do Ministério da Saúde, em apenas cinco meses o país se aproxima do total registrado ao longo de todo o ano de 2024, quando 13 mil pessoas foram infectadas pela doença.
O Espírito Santo lidera os números, com mais de 6,1 mil casos e a primeira morte confirmada nesta semana. Em seguida, aparecem Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraíba e Ceará. (Veja a lista completa por estado abaixo)
Embora o Ministério da Saúde registre apenas um caso em investigação, as secretarias estaduais do Espírito Santo e do Rio de Janeiro confirmaram oficialmente quatro mortes pela doença: três no Rio e uma no Espírito Santo.
Até o ano passado, não havia registro de mortes por febre Oropouche no país. Com o aumento expressivo de casos em 2024, o Brasil passou a enfrentar também uma escalada no número de óbitos associados à infecção.
Nesta reportagem, o g1 explica o que é a febre Oropouche, os sintomas, a origem do vírus e a distribuição atual dos casos pelo país.
O que é a febre e como ela é transmitida?
Quais são os sintomas?
Existe tratamento?
Os números da febre Oropuche no Brasil
O que é a febre e como ela é transmitida?
A Febre Oropouche é transmitida principalmente por mosquitos. Depois de picarem uma pessoa ou animal infectado, os mosquitos mantêm o vírus em seu sangue por alguns dias. Quando esses mosquitos picam outra pessoa saudável, podem passar o vírus para ela.
Segundo o Ministério da Saúde, a doença tem dois ciclos de transmissão:
Ciclo Silvestre: Neste ciclo, os animais, como bichos-preguiça e macacos, são os portadores do vírus. Alguns tipos de mosquitos, como o Coquilletti diavenezuelensis e o Aedes serratus, também podem ser portadores do vírus. Mas o mosquito Culicoides paraenses, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, é considerado o principal transmissor nesse ciclo.
Ciclo Urbano: Aqui, os humanos são os principais portadores do vírus. O maruim também é o vetor principal. Além disso, o mosquito Culex quinquefasciatus (o famoso pernilongo ou muriçoca), comum em ambientes urbanos, também pode ocasionalmente transmitir o vírus.
Quais são os sintomas?
Ainda segundo o Ministério da Saúde, os sintomas da doença são parecidos com os da dengue e da chikungunya:
dor de cabeça,
dor muscular,
dor nas articulações,
náusea
e diarreia.
Existe tratamento?
A Febre Oropuche NÃO possui tratamento específico – assim como a dengue. O Ministério da Saúde recomenda que os pacientes descansem, recebam tratamento para os sintomas e sejam acompanhados por médicos.
E para prevenir a doença, são aconselháveis as mesmas medidas de prevenção à dengue:
Evitar áreas com muitos mosquitos, se possível.
Usar roupas que cubram o corpo e aplicar repelente nas áreas expostas da pele.
Manter a casa limpa, eliminando possíveis locais de reprodução de mosquitos, como água parada e folhas acumuladas.
O diagnóstico da doença é difícil porque clinicamente os sintomas se parecem com os da dengue, por exemplo. Por isso, é importante que ao ter os indícios, procure um médico para o acompanhamento.
Embora a Febre do Oropouche (FO) possa causar complicações sérias, como meningite ou encefalite, que afetam o sistema nervoso central, esses casos são raros.
Casos de febre Oropouche crescem significativamente no Amazonas
Os números da doença no Brasil
Desde o início do ano, o país já acumula mais de 10.076 casos da doença. O número reflete um aumento de 56% com relação ao ano passado.
📈 Para se ter ideia, em 2024, até maio, foram registrados 6,4 mil casos da doença. Em todo o ano passado, foram pouco mais de 13 mil casos.
Veja a relação de casos por estado:
Amapá: 80
Bahia: 5
Ceará: 573
Espírito Santo: 6.123
Minas Gerais: 682
Mato Grosso do Sul: 1
Pará: 1
Paraíba: 640
Pernambuco: 2
Piauí: 1
Paraná: 10
Rio de Janeiro: 1.900
Rondônia: 7
Roraima: 1
Santa Catarina: 9
São Paulo: 36
Tocantins: 5
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