‘SOS BR-364’: audiência pública discute más condições e recuperação de rodovia do Acre


Encontro discutiu o atual momento da passagem que liga a capital à regional do Juruá e é essencial para o transporte de passageiros e mercadorias. Diretor do Dnit no estado ressaltou que há uma licitação prevista em R$ 1 bilhão para reconstruir a rodovia. BR-364 entre Rio Branco e Cruzeiro do Sul tem buracos ao longo da rodovia
Reprodução Rede Amazônica
As más condições de tráfego da BR-364, principal ligação entre a capital Rio Branco e o interior do Acre, foram o tema de uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) nessa segunda-feira (19). Intitulado “SOS BR-364”, o encontro reuniu parlamentares e autoridades para discutir o atual momento da passagem, que é essencial para o transporte de passageiros e mercadorias.
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Durante a audiência, o deputado Nicolau Junior (PP), presidente da Aleac, informou que uma nova caravana parlamentar vai percorrer a rodovia a partir de 5 de junho deste ano para avaliar a situação no local. Todos os 23 parlamentares foram convidados, mas ainda não há confirmação de presenças.
“Todo mundo precisa andar nessa estrada. A gente sabe que é o nosso pensamento enquanto presidente, pensamento, com certeza, da classe política, ligar todo o acre economicamente, socialmente”, avaliou.
Ainda na Aleac, o diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no Acre, Ricardo Araújo, argumentou que já foram planejadas ações imediatas para amenizar os problemas na BR-364, e que uma licitação será lançada até agosto deste ano no valor de R$ 1 bilhão para reconstrução da rodovia.
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Audiência discute precariedade da BR-364, que liga Rio Branco a Cruzeiro do Sul
“A gente já está no trecho. A semana passada toda eu fiquei na BR-364. Eu saí daqui [Rio Branco], fui a Cruzeiro do Sul, passei em Feijó, chegamos em Tarauacá, discutindo as ações. Fomos em oito engenheiros para ver como a gente poderia ter melhor aproveitamento das verbas para executar com mais celeridade”, explicou.
Além da revitalização da rodovia, Araújo afirmou que também há medidas emergenciais, como o macadame hidráulico, material a base de pedras, usado para melhorar a base das estradas e garantir mais estabilidade.
“Trouxemos técnicos de Brasília e eles viram que há uma necessidade, sim, de se fazer o macadame. Nós temos um trecho na BR-364 de macadame que está com dez anos. Não tem buraco”, ponderou.
Motoristas enfrentam desafios ao trafegar pela BR-364
Reprodução Rede Amazônica
Motoristas reclamam
Enquanto as soluções definitivas não se concretizam, os motoristas que ganham seu sustento trafegando pela rodovia relatam dificuldades. A BR-364 é a única ligação terrestre entre a capital do estado e o Vale do Juruá. As condições ruins da via têm impactado no transporte de cargas e dificultado o atendimento à população da região.
“Muito sofredor, né? Agora que está acabando o inverno. Na verdade, não tinha nem condições de trafegar. Aí quebra caminhão, arrebenta tudo. Mas a gente, como tem um compromisso de entregar a mercadoria, a gente sempre dá um jeito e vai, mas é judiado, uma viagem que a gente pode levar coisa de um dia, leva dois, três dias. Não é fácil”, relatou Sirineid Rodrigues, caminhoneiro há mais de 40 anos.
O também caminhoneiro Vilker Messias também precisa trafegar pela BR para trabalhar, e reclamou das condições da pista. Ele diz que sente muita diferença quando dirige em outras rodovias fora do estado.
“Comento com meus colegas, a gente pega a estrada sentido Rio Branco e tem uns trechos muito ruins, que parece que eu estou andando no interior. Muito ruim. Não parece capital. Tem uns [caminhoneiros] que não vêm pra cá, eles trabalham mais pra Mato Grosso, e aí quando eu descrevo como é, que é buraqueira pra cá, principalmente chegando próximo de Rio Branco, eles não acreditam”, disse.
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