Embraer quer chegar a US$ 10 bilhões até 2030

A Embraer, empresa aeroespacial brasileira, após atingir seu maior resultado em receita da história no ano de 2024, com US$ 6,4 bilhões, espera alcançar a marca de US$ 10 bilhões antes de 2030.

A empresa faturou, no ano passado, 21% a mais do que em 2023, teve uma hiper valorização de suas ações na Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa), superior a 160%, e alcançou um lucro líquido de US$ 352,6 milhões em 2024, um aumento de 114% em relação ao ano anterior.

Para 2025, a empresa enxerga números ainda mais promissores, com um crescimento esperado entre US$ 7 bilhões e US$ 7,5 bilhões. Ao todo, foram 206 aeronaves entregues em 2024, entre aviação comercial, executiva e defesa.

Em entrevista ao site Brazil Economy, Francisco Gomes Neto, CEO da Embraer, destacou a área de Defesa e Segurança, com crescimento de 40%, como um dos pontos-chave para o sucesso da empresa.

A gigante brasileira entregou 40 unidades de defesa do modelo KC-390 Millenium para países como Holanda, Áustria e República Tcheca, e mira contratos entre 40 e 80 unidades para Suécia, Eslováquia e Índia. A meta é fabricar 10 aeronaves por ano até 2030 e ampliar ainda mais a participação da divisão, que atualmente representa 15% da receita.

Para 2025, a Embraer pretende comercializar de 77 a 85 aeronaves na aviação comercial, de 145 a 155 jatos na aviação executiva e obter uma margem de Ebit ajustada entre 7,5% e 8,3%, com fluxo de caixa livre ajustado superior a US$ 200 milhões.

A empresa comemora também um acordo comercial firmado com a maior companhia aérea do Japão, a ANA, para aquisição do carro-chefe da aviação comercial, o modelo E195-E2, além de um acordo com a Porter Airlines, do Canadá.

Segundo Gomes Neto, esse movimento reforça a posição da Embraer no mercado internacional, com a família E2 operando nos cinco continentes, como a KLM e a Binter na Europa, Azul no Brasil, Sky na Ásia, Royal Jordanian no Oriente Médio e com entregas agendadas para a Virgin Australia.

No âmbito da aviação executiva, a companhia ainda vê o mercado americano como seu maior foco, mas com o Brasil apresentando alta demanda. Das quase 155 unidades a serem entregues neste ano, grande parte será impulsionada pelos modelos Phenom 300 e Praetor 500/600.

Outro grande projeto em andamento é o lançamento do eVTOL (aeronave elétrica de decolagem e pouso vertical). Segundo a Morgan Stanley, esse é um mercado que pode atingir US$ 30 bilhões até 2030.

Até lá, a empresa investe cerca de R$ 20 bilhões e espera avançar nos testes com um protótipo em escala real na cidade de Gavião Peixoto (SP). A companhia afirma ter 3.000 cartas de intenção para conversão em pedidos.

A estratégia da empresa é modular a aeronave com kits no Brasil e remontá-la perto dos clientes, principalmente em mercados como São Paulo e os EUA, considerados pontos críticos de transporte urbano.

A Embraer aguarda a chegada de alguns equipamentos para realizar o primeiro voo ainda neste ano e obter certificação até 2027, com início de produção previsto para a cidade de Taubaté (SP).

Em paralelo, sua subsidiária Atech desenvolve um sistema de gestão de tráfego aéreo para integrar o espaço aéreo tradicional aos eVTOLs.

Com valorizações nas bolsas brasileira e americana, grau de investimento concedido por três agências de rating dos EUA, contratos estratégicos, avanços em projetos inovadores e confiança do mercado, alcançar a meta de US$ 10 bilhões em receita até 2030 torna-se factível para uma das empresas brasileiras mais bem-sucedidas no cenário internacional.

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