As defesas dos EUA podem ser sobrecarregadas pelas capacidades de mísseis balísticos da Coreia do Norte

Um novo relatório de inteligência dos EUA afirma que o país pode ser dominado pelas capacidades de mísseis balísticos da Coreia do Norte. A avaliação, divulgada recentemente pela Agência de Inteligência de Defesa (DIA), também observa que Pyongyang testou com sucesso mísseis balísticos com alcance suficiente para atingir o território continental dos EUA.

Os Estados Unidos atualmente têm um sistema de defesa antimísseis conhecido como Ground-based Midcourse Defense (GMD), projetado para interceptar ogivas nucleares em mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs) que podem se originar da Coreia do Norte. Este sistema tem 64 silos interceptadores localizados em duas bases militares: uma no Alasca e outra na Califórnia. Por sua vez, Pyongyang é um dos nove países com capacidades intercontinentais, com um arsenal estimado em 50 ogivas nucleares.

O relatório também detalha que a Coreia do Norte atualmente tem “10 ou menos” ICBMs lançados do solo, cada um com um alcance superior a 5.500 quilômetros e capaz de transportar múltiplas ogivas nucleares. No entanto, a DIA estima que esse número pode aumentar para 50 mísseis até 2035. O relatório também não inclui mísseis lançados por submarinos, especialmente aqueles com potencial para transportar cargas nucleares, com base em um lançamento relatado em 2023.

Um dos testes mais recentes da Coreia do Norte ocorreu em outubro de 2024, quando o país conduziu um teste de um ICBM que supostamente tinha um alcance potencial de até 15.000 quilômetros, o suficiente para atingir qualquer ponto no território continental dos Estados Unidos. “Não há parte do território nacional que não possa ser alcançada pelos atuais ICBM“, alertou a agência, que atua como uma das principais agências de apoio ao Pentágono.

Entretanto, semanas após o lançamento, a Coreia do Norte realizou um novo teste, alegando que este era o primeiro lançamento de seu míssil balístico intercontinental (ICBM) mais avançado, o Hwasong-19. Além disso, há poucos dias, Kim Jong Un supervisionou testes de mísseis que simulavam ataques nucleares contra exercícios dos Estados Unidos e da Coreia do Sul, demonstrando as capacidades do Hwasong-11A e de outros sistemas.

Diante desse cenário, a Agência de Inteligência impõe um desafio ao sistema de defesa do GMD, que exigiria até quatro interceptadores para cada ogiva ICBM inimiga. “Na próxima década, as ameaças de mísseis contra o território norte-americano, provenientes de sistemas convencionais e nucleares mais avançados, aumentarão em escala e sofisticação“, afirma o relatório. Paralelamente, o governo Trump está pressionando pelo desenvolvimento de uma versão americana do sistema de defesa aérea israelense, popularmente conhecido como “Iron Dome”, que neste caso seria chamado de “Golden Dome”.

Sem dúvida, o relatório da Agência de Inteligência de Defesa reforça as crescentes preocupações sobre o desenvolvimento de armas norte-coreanas e seu potencial de sobrecarregar os atuais sistemas de defesa. Em um cenário em que a capacidade dos mísseis de Pyongyang pode triplicar até 2035, os Estados Unidos enfrentam o desafio de fortalecer seus sistemas de interceptação e avaliar novas estratégias diante de uma ameaça que não mostra sinais de diminuir. Essa situação se torna ainda mais relevante considerando que, para a nova administração da Casa Branca, a Ásia se tornou o foco prioritário de sua política externa e de defesa, em meio à crescente competição com potências como a China e a uma postura cada vez mais desafiadora da Coreia do Norte.

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