Antídio Lunelli critica custo Brasil e rasga elogios ao governo de SC: ‘Faz excelente trabalho’

Mandato de Antídio Lunelli está focado na geração de empregos e na melhoria do ambiente de negócios – Foto: Carolina Spricigo/ND

O deputado estadual Antídio Lunelli (MDB) concedeu entrevista ao Grupo ND, nesta quarta-feira (14), onde falou sobre sua atuação parlamentar, sua trajetória como empresário e gestor público, e os desafios que ainda travam o desenvolvimento econômico de Santa Catarina e do Brasil.

Prefeito por dois mandatos em Jaraguá do Sul, Lunelli agora divide sua rotina entre as sessões na Alesc (Assembleia Legislativa de Santa Catarina) e a administração de seus negócios no setor privado.

Lunelli defende as pautas do setor produtivo

Lunelli destacou que ingressou na política por compreender, na prática, as dificuldades enfrentadas por empreendedores brasileiros.

“Participo da política exatamente por ser um filho de agricultor, empregado, empresário e mais tarde ter participado da gestão pública do nosso município. Porque não é fácil empreender no nosso país hoje devido a todas as dificuldades, a burocracia e a nossa carga tributária”, afirmou.

Antídio Lunelli reforçou que seu mandato está focado na defesa das pautas do setor produtivo, na geração de empregos e na melhoria do ambiente de negócios em Santa Catarina.

Deputado Antídio Lunelli (MDB), fez críticas ao sistema tributário – Foto: Rodolfo Espínola:Alesc

Críticas ao sistema tributário

Durante a entrevista, o parlamentar fez duras críticas à complexidade do sistema tributário brasileiro. Para ele, os empresários muitas vezes não conseguem nem entender o que estão pagando.

“A gente tem uma carga tributária tão alta que não conseguimos sequer, às vezes, identificar e nem saber o que nós estamos pagando”, disse.

Ele apontou como exemplo positivo o modelo simplificado de arrecadação adotado pelo Paraguai, onde mantém uma de suas empresas.

“Eu sou um defensor ferrenho para que nós tivéssemos a simplificação de todos os impostos e tivéssemos uma contribuição final lá no produto, de uma forma em que que nós conseguíssemos entender. Eu tenho certeza que nós poderíamos reduzir esta carga tributária por 1/3 disso tudo que nós pagamos e com muito mais objetividade, com muito mais entrega”, salientou.

Deputado Estadual apontou modelo tributário adotado pelo Paraguai como solução – Foto: Bruno Collaço/Agência AL/ND

O deputado também alertou para a morosidade causada pela falta de infraestrutura logística em Santa Catarina, especialmente na BR-101. Segundo ele, o trecho entre Florianópolis e Jaraguá do Sul — cerca de 180 quilômetros — pode levar até seis horas para ser percorrido.

“Isso é inaceitável. O custo Brasil é altíssimo, e a nossa produção sofre com atrasos e dificuldades para chegar aos portos. O agronegócio responde por mais de 30% da nossa economia, e precisamos de condições para continuar crescendo”, destacou.

Não podemos ser um país assistencialista, diz deputado

Apesar das críticas aos entraves estruturais e burocráticos, Lunelli elogiou a condução do governo estadual sob o comando do governador Jorginho Mello (PL).

“O governo do Estado faz um bom trabalho, um excelente trabalho. Eu diria que Santa Catarina nunca viveu um momento como está vivendo hoje. Nós sempre acompanhamos muitas dificuldades, às vezes, que tinha até em pagar a folha de pagamento. Hoje Santa Catarina está totalmente diferente”, afirmou.

O deputado também se posicionou sobre temas de cunho nacional, como a segurança jurídica e o papel do Estado na economia. Para ele, o Brasil precisa se afastar de modelos assistencialistas e investir na formação de jovens e na criação de oportunidades reais.

“Estamos aqui para defender todas as pautas da produção, do trabalho, da geração de emprego e renda, de um mercado livre, dar oportunidade para as pessoas. Entendemos que nós temos que ajudar na parte social para quem realmente precisa, mas nós não podemos ser um país assistencialista, absolutamente. Nós precisamos dar formação para os nossos jovens e dar a oportunidade para que todos possam ganhar a sua vida com dignidade e com o suor do seu próprio rosto”, concluiu.