Consórcio quer melhorar reconhecimento do PT-BR

A Venturus, um dos principais centros de tecnologia do país, e a Data Stand AI, plataforma suíça de processamento de linguagem natural, firmaram um convênio com a USP para o desenvolvimento de modelos de inteligência artificial voltados ao reconhecimento automático de fala e conversão de texto em fala voltados para português do Brasil. .

A proposta é desenvolver soluções que superem os desafios associados à variabilidade linguística da população, como sotaques regionais e até níveis de formalidade, fatores que comprometem o desempenho de sistemas tradicionais, treinados com dados mais formais ou lidos.

Segundo o centro de tecnologia, hoje, o português possui altas taxas de erro em comparação a outros idiomas, como o inglês, principalmente em cenários de fala espontânea.

Além disso, muitos sistemas sofrem com socioeconômicos e enfrentam dificuldades para lidar com diferentes graus de escolaridade, faixas etárias e variações regionais. 

“Nosso objetivo com esta pesquisa é desenvolver modelos mais inclusivos para o português brasileiro, livres desses problemas e vieses, tornando a tecnologia mais eficaz em aplicações como transcrição de fala, acessibilidade e assistentes virtuais”, Frederico Gonçalves, head de tecnologia do Venturus.

A iniciativa terá apoio técnico de alunos e pesquisadores do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC-USP) e da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH-USP). 

A Data Stand AI contribuirá com sua plataforma e expertise para limpeza e anotação dos dados que serão utilizados.

Ao longo dos próximos dois anos, o projeto desenvolverá e treinará modelos robustos com base em gravações reais de fala espontânea.

Isso poderá viabilizar aplicações mais eficientes em serviços automatizados, acessibilidade digital, educação, atendimento ao cliente e dispositivos embarcados.

A previsão é que, em uma segunda etapa, a Universidade Estadual Paulista (Unesp) também se junte ao acordo.

A Venturus foi fundada em 1995 e tem sede em Campinas, também no estado de São Paulo, com cerca de 800 funcionários. 

O instituto desenvolve aplicações para Alexa, inteligência artificial da Amazon, além de soluções nas áreas de indústria 4.0, logística e IoT na saúde.

Entre os seus clientes, estão empresas como Asus, Alcatel, Bosch, Canon, Sony, Toshiba Medical, Motorola, Siemens, Intelbras, Mercado Bitcoin, Dell e Fiat.

Já a Data Stand AI foi fundada em 2024, possui sede em Zurique, Suíça, e conta com uma equipe pequena, composta por 2 a 10 funcionários. 

Recentemente, a Data Stand AI foi selecionada para o programa de coaching inicial da Innosuisse, a Agência Suíça de Inovação, o que indica reconhecimento e apoio ao seu potencial inovador.

A USP, fundada em 1934, conta com mais de 90 mil alunos distribuídos em cursos de graduação e pós-graduação. A universidade abriga centros de pesquisa, museus, hospitais e bibliotecas, figurando entre as melhores universidades da América Latina.

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