Santa Casa de São Gabriel nega sinais de fraturas e violência sexual em atendimento à menina Isabelly

Instituição médica afirma que seguiu todos os protocolos e que não houve indícios de agressões no primeiro atendimento; laudo oficial aponta pneumonia como causa da morte.

A Santa Casa de Caridade de São Gabriel divulgou uma nota oficial nesta segunda-feira (12) negando que a menina Isabelly Carvalho Brezzolin, de 11 anos, tenha apresentado fraturas nas costelas ou sinais de violência sexual durante o atendimento inicial prestado pela instituição. A declaração foi feita após a repercussão do laudo de necropsia que apontou sepse (infecção generalizada) decorrente de pneumonia como a causa da morte da criança.

Isabelly foi levada à Santa Casa na manhã da última quarta-feira (7), com sintomas graves. Após exames de imagem e avaliação clínica, foi diagnosticado um quadro de pneumotórax. Conforme a instituição, a equipe de cirurgia geral foi acionada e realizou a colocação de um dreno torácico para estabilizar a função respiratória da paciente. Diante da gravidade do quadro, foi providenciada a transferência para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), onde a menina faleceu na manhã do dia seguinte, quinta-feira (8).

A nota, assinada pelo diretor técnico da Santa Casa, Dr. Paulo Almeida, reforça que “nenhum dos exames realizados no momento da admissão apontou fraturas de costelas ou indícios de violência sexual”. A instituição também declarou que todos os procedimentos foram conduzidos com responsabilidade, seguindo as normas éticas e legais, e que informações clínicas foram encaminhadas exclusivamente aos órgãos responsáveis pela investigação, respeitando o sigilo médico e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

O laudo de necropsia, elaborado por um médico-legista e obtido pela reportagem do portal Bei, corrobora a versão da Santa Casa. Segundo o documento, não há sinais de violência física ou sexual. Na conclusão, o perito destaca que “a morte ocorreu por complicações sépticas de pneumonia, sem nenhum sinal de trauma por violência sofrida e nenhum sinal de violência sexual“.

Relembre o caso

A morte de Isabelly ganhou repercussão nacional após as primeiras notícias indicarem possível violência doméstica. Os pais da menina, Elisa de Oliveira Carvalho, de 36 anos, e José Lindomar Nunes Brezzolin, de 55, foram presos preventivamente. A prisão foi motivada por indícios preliminares que apontavam fraturas, hematomas e lesões genitais, segundo informações divulgadas à época. O casal alegou à polícia que a filha teria se machucado ao cair da cama, versão que foi colocada em dúvida por supostas evidências clínicas.

Com a divulgação do laudo da necropsia e da nota da Santa Casa, a versão inicial sobre supostos maus-tratos e abuso sexual começa a ser revista, e o foco da investigação pode mudar de rumo conforme os órgãos competentes analisam os laudos médicos e depoimentos.

O caso segue sob apuração da Polícia Civil, que ainda não se manifestou oficialmente após a divulgação do laudo pericial.

COMUNICADO OFICIAL

A Irmandade da Santa Casa de Caridade de São Gabriel informa que a paciente Isabelly Carvalho Bresolin foi imediatamente e exemplarmente atendida pelo plantonista e por toda a equipe envolvida no atendimento, sendo realizados todos os procedimentos necessários com agilidade e responsabilidade.

Após avaliação clínica e realização de exames de imagem, foi identificado um quadro de pneumotórax, sendo imediatamente acionada a equipe de cirurgia geral, que realizou a colocação de dreno torácico, procedimento essencial para estabilização do quadro respiratório da paciente.

Diante da necessidade de cuidados intensivos especializados, foi providenciado o encaminhamento de Isabelly para a UTI Pediátrica em Santa Maria, por meio de ambulância disponibilizada pelo Município.

Esclarecemos que nenhum dos exames realizados no momento da admissão apontou fraturas de costelas ou indícios de violência sexual.

A Santa Casa não possui qualquer relação com as informações que vêm sendo divulgadas sobre o caso e reforça que não divulga dados clínicos de pacientes, especialmente nos casos que envolvem menores de idade, em estrito cumprimento ao sigilo médico, conforme previsto no Código de Ética Médica, no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e demais legislações vigentes.

Todas as informações clínicas e documentações pertinentes foram encaminhadas exclusivamente aos órgãos competentes responsáveis pela investigação.

A instituição reafirma seu compromisso com a ética, a responsabilidade e a integridade na prestação do atendimento, sempre com foco no cuidado, na vida e no respeito aos pacientes e seus familiares.

Dr. Paulo Almeida 

Diretor Técnico 

Irmandade da Santa Casa de Caridade de São Gabriel

São Gabriel, 12 de maio de 2025

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