Com futuro na Argentina e na Ucrânia, os F-16 da Real Força Aérea da Dinamarca continuam patrulhando o Mar Báltico

Apesar de seu futuro estar na Argentina e na Ucrânia, os caças-bombardeiros F-16 Fighting Falcon da Real Força Aérea da Dinamarca continuam desempenhando um papel vital na segurança e vigilância do Mar Báltico. Recentemente, um F-16AM dinamarquês foi destacado para o aeroporto da ilha de Bornholm, localidade com uma posição estratégica para a Dinamarca nas águas bálticas.

De acordo com o informado pelas Forças Armadas da Dinamarca em suas redes sociais: “…Um avião de combate F-16 está presente hoje (ontem) em Bornholm. O F-16 está ocasionalmente em Bornholm para demonstrar e manter a capacidade de pousar na ilha e contribuir para mostrar vigilância e dissuasão no Mar Báltico…”.

Como pode ser visto nas imagens divulgadas pelas Forças Armadas dinamarquesas, o F-16 destacado para Bornholm ostenta um esquema de pintura especial, denominado “Falcão de Combate Dinamarquês de Meio Século”, criado para celebrar o 50º aniversário do primeiro voo do caça de origem norte-americana.

Esse esquema foi aplicado no F-16AM Fighting Falcon, número de série E-006, há quase um ano, trabalho que incluiu a pintura manual da parte inferior da aeronave. Desde então, esse exemplar tem participado de diversos eventos e shows aéreos.

Vale lembrar que a Real Força Aérea da Dinamarca está em pleno processo de transição e renovação de sua aviação de combate. Para alcançar esse objetivo, a força está incorporando 27 caças de quinta geração Lockheed Martin F-35 Lightning II como substitutos dos veteranos, mas ainda eficazes, F-16 AM/BM Fighting Falcon.

A consolidação da frota de F-35 — tanto pelas aeronaves já incorporadas quanto pela maturidade das capacidades de apoio e manutenção desenvolvidas pela Real Força Aérea da Dinamarca — tem permitido aos Lightning II assumir as missões de alerta de interceptação e vigilância do espaço aéreo dinamarquês.

F-16 dinamarqueses para Argentina e Ucrânia
Quanto ao futuro dos F-16 AM/BM Fighting Falcon da Real Força Aérea da Dinamarca, ele já segue dois destinos: Argentina e Ucrânia.

No caso da Força Aérea Argentina, esta apresentou há alguns meses seu primeiro exemplar: um F-16BM Block 10, aeronave que será utilizada como treinador em solo para novos pilotos e equipes de apoio, mecânicos e engenheiros. As expectativas na Argentina são altas, já que não apenas se espera receber o primeiro lote de F-16 em condições de voo antes do final do ano, como também a chegada dessas aeronaves demandará uma série de melhorias na infraestrutura das bases aéreas argentinas, mais especificamente na VI Brigada Aérea de Tandil e na Área Material Río Cuarto.

Se tudo correr conforme o acordado inicialmente, a Força Aérea Argentina deverá contar com uma frota de 24 F-16 AM/BM Block 15 nos próximos anos, além de modernas instalações para o treinamento de suas tripulações, operação e manutenção das aeronaves.

No caso da Ucrânia, sua Força Aérea já havia recebido, há algumas semanas, um total de 12 dos 19 aviões de combate prometidos pelo governo dinamarquês. Os F-16 AM/BM dinamarqueses começaram a ser transferidos para Kyiv em agosto de 2024. Desde então, os caças-bombardeiros já entraram em combate em algumas ocasiões, tendo sofrido ao menos duas perdas.

Vale destacar que os EUA aprovaram oportunamente que a Dinamarca disponibilizasse à Ucrânia seis F-16 Block 10, treze F-16 Block 15, motores adicionais e equipamentos de apoio — transferência avaliada em US$ 87,5 milhões. O governo dinamarquês não apenas foi um dos promotores da iniciativa de ceder F-16 à Ucrânia, como é um dos poucos países que está treinando pilotos e pessoal técnico.

Com o apoio de Noruega, Países Baixos e Bélgica, os aliados da Ucrânia disponibilizaram quase 90 F-16 AM/BM, aeronaves que têm sido incorporadas à Força Aérea Ucraniana, seja como material de voo ou como fonte de peças sobressalentes para manter a frota operativa.

Imagem de capa: Forsvaret – Rune Dyrholm

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