C&A cresce em vendas e melhora margem, mas lucro tímido limita empolgação, avalia GTI

Cofra vende 13% de ações da C&A (CEAB3); transação movimenta R$ 460 milhões

O desempenho da C&A (CEAB3) no primeiro trimestre de 2025 agradou em vários indicadores operacionais — mas o lucro líquido, considerado modesto, limitou o entusiasmo de parte do mercado. Para Paola Mello, analista e sócia da GTI Investimentos, apesar do crescimento contínuo das vendas e da boa execução da estratégia comercial, a empresa ainda entrega pouco na última linha. “Com todo esse trabalhão, o lucro ficou em apenas dois milhões e meio. É um resultado que parece tímido”, afirmou em comentário exclusivo à BM&C News.

Segundo a especialista, há mérito na gestão da companhia. “Eles estão colhendo os frutos de decisões acertadas, como a redução da área de eletrônicos nas lojas e o foco maior em vestuário e beleza, que têm mais sinergia com o perfil da cliente”, avaliou. A analista também destacou a melhora da margem bruta e o aumento das vendas a preço cheio como sinais de uma operação mais eficiente. Ainda assim, ela pondera: “O papel já andou bastante. A reação da Bolsa pode estar superestimando o que foi entregue.”

Receita e margem avançam, mas lucro líquido cai 94%

No relatório divulgado ao mercado, a C&A reportou lucro líquido de R$ 4,1 milhões no 1T25, uma queda de 94,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. O recuo é explicado principalmente por um efeito base: no primeiro trimestre de 2024, a empresa havia reconhecido créditos tributários e sua atualização monetária, inflando os resultados.

Em contrapartida, os indicadores operacionais vieram fortes. A receita líquida somou R$ 1,6 bilhão, alta de 10,9% na base anual, puxada pelo crescimento de 15,5% na divisão de vestuário, que alcançou R$ 1,3 bilhão. O EBITDA ajustado (pós-IFRS 16) cresceu 35,4%, totalizando R$ 244,5 milhões, com margem EBITDA de 15,2%, avanço de 2,7 pontos percentuais.

Canal digital e controle de custos são destaques

Outro ponto positivo no balanço foi o crescimento de 23,9% nas vendas digitais, que somaram R$ 84 milhões. A companhia também demonstrou bom controle de despesas, o que ajudou na expansão de margens. “Eles vêm melhorando a venda por metro quadrado e mostram boa aceitação das coleções, com menor dependência de promoções agressivas”, analisou Paola Mello.

Redução da dívida e aumento de investimentos

A C&A fechou o trimestre com dívida líquida de R$ 562,6 milhões, queda de 46,3% em relação ao 1T24, mantendo a alavancagem financeira estável em 0,5x. Os investimentos aumentaram 19,8%, chegando a R$ 40,4 milhões, com foco em abertura e reforma de lojas e iniciativas digitais.

Mercado reconhece avanços

Apesar da queda do lucro líquido, a leitura do mercado foi positiva. O Itaú BBA revisou a recomendação para desempenho acima da média, destacando a margem bruta do vestuário em 54,6%. O Bradesco BBI também enxerga potencial para revisões positivas nos lucros ao longo do ano.

Veja mais notícias aqui. Acesse o canal de vídeos da BM&C News.

O post C&A cresce em vendas e melhora margem, mas lucro tímido limita empolgação, avalia GTI apareceu primeiro em BM&C NEWS.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.