Filho terá que devolver fortuna à previdência por receber pensão do pai morto durante 16 anos

homem desolado após devolver fortuna à previdência

Homem usou pensão indevida e terá que devolver fortuna ao governo – Foto: Unplash/Reprodução/ND

Um morador das Ilhas Canárias foi condenado a devolver uma fortuna à previdência social, após 16 anos recebendo pensão indevida do pai falecido.

Apesar de alegar erro do sistema, a Justiça entendeu que houve má-fé por parte do homem, que não comunicou o recebimento irregular do benefício.

Justiça confirma decisão que obriga homem a devolver fortuna ao governo

Após 16 anos recebendo valores de forma irregular, um homem foi condenado a devolver uma fortuna ao sistema de previdência social da Espanha. A decisão foi tomada pelo Supremo Tribunal, que também determinou multa de 400 mil euros e pena de dois anos de prisão.

Tudo começou em 1999, quando o pai do homem faleceu. Na época, a viúva notificou o falecimento e passou a receber o benefício de viuvez.

No entanto, devido a um erro administrativo, o governo continuou pagando também a aposentadoria do falecido diretamente na conta que, depois, ficou em nome do filho.

Erro da previdência social e silêncio do réu pesaram na decisão

O problema foi descoberto apenas em 2015, quando o banco identificou o uso indevido da conta. O homem utilizava o dinheiro como se fosse seu, e durante todo esse tempo nunca comunicou o erro às autoridades.

Segundo o Supremo, o réu “sabia o que estava fazendo” e optou por se beneficiar do silêncio. Por isso, a alegação de erro administrativo não foi suficiente para livrá-lo da condenação.

homem sem dinheiro após devolver fortuna

Justiça decidiu que houve dolo e condenou homem a devolver fortuna – Foto: Pixabay/Reprodução/ND

“O silêncio do réu configurou dolo ativo, ou seja, ele sabia o que fazia”, justificou o Supremo.

Caso teve reviravoltas até condenação final

Em um primeiro momento, o homem chegou a ser absolvido pelo Tribunal de Justiça das Ilhas Canárias, sob a justificativa de que a notificação da morte havia sido feita corretamente e que o erro foi exclusivamente por parte do governo.

Porém, o Instituto Social da Marinha recorreu e, no Supremo, a decisão foi revertida. Agora, o réu terá que devolver fortuna de mais de 230 mil euros, pagar multa e cumprir dois anos de prisão por fraude.

Impacto do caso reacende debate sobre falhas em sistemas públicos

O caso desperta discussões sobre a responsabilidade do cidadão diante de falhas da administração pública. Embora o erro tenha sido do sistema, o silêncio prolongado do beneficiário levou à sua condenação.

carteira vazia após devolver fortuna à previdência social

Devolver fortuna foi a decisão do Supremo após 16 anos de fraude – Foto: Pixabay/Reprodução/ND

A sentença serve como alerta para situações semelhantes e levanta a questão: até onde vai a responsabilidade em casos de fraudes individuais e falhas operacionais da previdência?

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