China usa drones para provocar chuva com reações químicas

Em uma experiência científica recente, a China utilizou drones para provocar chuva por meio da liberação de iodeto de prata nas nuvens, aumentando em mais de 4% o volume de precipitação em regiões áridas de Xinjiang. A tecnologia faz parte de uma iniciativa nacional de modificação climática que busca combater a desertificação e os impactos das mudanças climáticas.

O teste foi conduzido por cientistas da Administração Meteorológica da China em conjunto com o Laboratório de Física de Nuvens e Modificação Climática. Ao longo de um único dia, a operação cobriu uma área de mais de 8 mil km², equivalente a aproximadamente cinco vezes a cidade de São Paulo, e resultou na geração de 70 milhões de litros adicionais de água da chuva.

drone china chuva
Donnie Rosie/Unsplash

Essa quantidade extra de precipitação foi obtida com apenas 1 kg de iodeto de prata, composto químico usado para estimular a condensação de umidade em nuvens. O material, seis vezes mais denso que a água, foi dispersado na atmosfera por meio de barras de chama acopladas aos drones, transformando-se em fumaça durante o voo.

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COMO FUNCIONAM OS DRONES SEMEADORES DE NUVENS

Dois modelos de drones de médio porte foram utilizados na operação. Eles atingiram uma altitude de 5.500 metros e realizaram quatro voos consecutivos sobre as vastas planícies da região de Bayanbulak. Cada voo utilizou duas barras com 125 gramas de iodeto de prata, liberadas a uma taxa de 0,28 gramas por segundo.

Segundo os cientistas chineses, os drones oferecem vantagens como menor risco operacional, grande cobertura geográfica, controle preciso e capacidade de operar em qualquer condição climática e durante todo o ano. Com isso, é possível realizar intervenções de larga escala para promover chuva ou neve artificial.

AVALIAÇÃO E RESULTADOS DO EXPERIMENTO

Três métodos independentes foram empregados para validar os resultados. As medições mostraram que o diâmetro das gotas de chuva aumentou de 0,46 mm para 3,22 mm após a dispersão química. Imagens de satélite também revelaram queda de temperatura no topo das nuvens em até 10°C e crescimento vertical de quase 3 km — sinais diretos do sucesso do experimento.

Testes em 2023 (China Meteorological Administration)

A análise estatística baseada em 50 anos de dados climáticos reforçou os resultados: estima-se um aumento de 78.200 m³ no volume de chuva, ou 3,8% a mais. Simulações computacionais previam um ganho semelhante, de 4,3%.

CHINA EXPANDE USO DA TECNOLOGIA EM OUTRAS REGIÕES

A experiência em Xinjiang se soma a outras operações semelhantes realizadas em Guizhou, Xangai, Gansu e Sichuan. A técnica de semeadura de nuvens não é nova, mas ganha escala inédita na China com o uso de veículos aéreos não tripulados, indicando uma nova fase da engenharia climática no país.

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Essas iniciativas visam lidar com problemas crescentes como a desertificação, a perda de geleiras nas montanhas Tian Shan — que recuam até 3 km² por ano — e os impactos das mudanças climáticas, que já elevam gradualmente o índice de chuvas naturais na região.

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GEOTECNOLOGIA CONTRA A DESERTIFICAÇÃO

Além da semeadura de nuvens, a China aposta em outras estratégias de geoengenharia, como o plantio de florestas artificiais e a instalação de grandes painéis solares em regiões desérticas. Essas ações têm como meta aumentar a umidade do solo, melhorar a retenção de água e contribuir com a recuperação ambiental em áreas afetadas pela seca e pelo avanço dos desertos de Gobi e Taklamakan.

Apesar dos avanços, os cientistas alertam para desafios metodológicos: como distinguir entre chuva natural e induzida? Quais os limites de impacto da tecnologia no clima de longo prazo? E quais métricas devem ser utilizadas para mensurar o sucesso da intervenção?

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Fonte: scmp

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