Preso ex-PM condenado por morte de vereador de Niterói

O ex-policial militar Damião Washington da Silva Ferreira, condenado por participação no assassinato do vereador eleito Lúcio Diniz Araújo Martelo, conhecido como Lúcio do Nevada, foi preso no fim da tarde deste domingo (4), enquanto caminhava em Jurujuba, Niterói. O crime aconteceu em 2012.

O ex-PM estava foragido desde que a sentença condenatória transitou em julgado, em 2019. Ele foi acusado de ter contratado o homicídio. Ele foi encontrado por policiais da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí.

Segundo o advogado de defesa, Marcello Ramalho, Damião foi condenado a 22 anos de prisão, mas nega envolvimento no crime. “Ele se declara inocente de qualquer participação”, afirmou o criminalista.

Ainda de acordo com Ramalho, o acusado resistia a se entregar. A defesa do ex-PM também tenta anular a condenação dele.

“Estou tentando anular o julgamento junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF). O suposto mandante conseguiu o desaforamento, ou seja, o deslocamento do julgamento do juízo natural, que seria o júri de Niterói. O próprio tribunal reconheceu que a juíza estava se comportando de forma parcial, o que poderia influenciar o conselho de sentença.”

Contra ele havia um mandado de prisão para execução da pena em regime de prisão preventiva.

Relembre o caso

Lúcio do Nevada foi assassinado a tiros no dia 25 de outubro de 2012, quando estava dentro de sua caminhonete, em frente ao portão de casa, no bairro Santa Bárbara, em Niterói. Ele havia sido eleito vereador poucos dias antes.

Testemunhas relataram que Lúcio foi baleado enquanto conversava com moradores na Rua Desembargador Nestor Perlingeiro. O para-brisa do veículo apresentava seis marcas de disparos, e ele foi atingido por ao menos quatro tiros. Segundo vizinhos, o autor dos disparos estava em um Fiat Palio.

Marco Antonio Titoneli Barbosa foi condenado como autor dos disparos em mais de 22 anos de prisão pela 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio. O suspeito de ter sido o mandante do crime ainda não foi julgado: o ex-vereador Carlos Macedo, que herdou a vaga de Lúcio do Nevada e se reelegeu em 2016.

Na época do crime, Nevada chegou a ser socorrido e levado para o Hospital Estadual Azevedo Lima, no bairro do Fonseca, mas não resistiu aos ferimentos.

Segundo a Justiça, o crime foi planejado porque a eleição do político revelaria um esquema de corrupção montado no gabinete do suplente.

Conhecido empresário do setor naval, Lúcio havia se candidatado três vezes à Câmara Municipal de Niterói e foi eleito pela primeira vez em 7 de outubro de 2012. Ele ganhou popularidade no bairro Santa Bárbara após fundar o time de futebol amador Nevada.

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