PT quer reduzir rejeição a Lula entre evangélicos

 
Jornalista Roseann Kennedy:
 

“Em nova investida para tentar reduzir a rejeição do eleitorado evangélico ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Fundação Perseu Abramo – centro de formação política do PT – vai promover em maio o curso ‘Fé e Democracia para Evangélicos e Evangélicas’. A iniciativa será coordenada pela deputada Benedita da Silva (RJ).

 

O curso terá participação de lideranças de diversas denominações evangélicas. A ideia é ensinar os petistas a dialogarem com esse público. O ponto de partida será reconhecer e relacionar testemunhos religiosos com lutas sociais. De acordo com uma pesquisa Datafolha de abril, apenas 19% dos evangélicos avaliam o governo como bom ou ótimo.

A decisão de realizar o treinamento foi tomada em reunião na Fundação Perseu Abramo na última sexta-feira, 25. As queixas recorrentes que chegam à cúpula do PT para explicar tamanha repulsa dos evangélicos ao governo petista vão além dos temas relacionados à pauta de costumes – como aborto e uso de drogas. Segundo apurou a Coluna do Estadão, é cada vez mais frequente a reclamação de lideranças das bases comunitárias de que o partido trata com preconceito e não promove escuta ativa com esse eleitorado.

A um ano e meio das eleições, com o presidente Lula amargando seus piores índices de popularidade em sua gestão, e ciente de que a maioria dos evangélicos caminha para apoiar um candidato da direita, especialmente se for indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o partido decidiu avançar em novas frentes.

O marqueteiro Sid|ônio Palmeira, ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, já tem ajustado o tom do discurso de Lula e de peças publicitárias do governo para se aproximar desse grupo religioso. Mas o partido e seus integrantes também precisam melhorar a comunicação.

 

Para tanto, o curso da Fundação Perseu Abramo irá promover o reconhecimento da trajetória dos evangélicos nas lutas sociais e na construção da democracia brasileira. Também vai incentivar o engajamento militante e político, destacando o impacto das políticas públicas na vida das famílias e das comunidades de fé.”

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