Ibovespa fecha abril com alta de 3,6%, mas termina o mês em leve queda

Ibovespa opera de olho em Haddad, inflação e balanços

O Ibovespa encerrou o pregão desta quarta-feira praticamente estável, com leve recuo de 0,02%, aos 135.066,97 pontos. Apesar da acomodação no dia, o principal índice da bolsa brasileira acumulou alta expressiva de 3,6% em abril. O desempenho reflete a força de setores estratégicos e o apetite por risco diante de expectativas externas de corte de juros, mesmo com um cenário internacional instável.

PIB dos EUA decepciona e dólar avança

O dia foi marcado por tensões no exterior após a divulgação de um dado surpreendentemente fraco nos Estados Unidos. O Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano recuou 0,3% no primeiro trimestre, reabrindo o debate sobre uma possível recessão. O dólar respondeu com alta de 0,81%, encerrando cotado a R$ 5,6763.

No programa Closing, da BM&C News, o analista CNPI Leandro Martins comentou com bom humor e ironia o clima de incerteza:

“Donald Trump disse que ‘não era ele’ o culpado pela queda do PIB… Então a música do dia é ‘Não era eu’”, brincou.

Setores: Vale e Petrobras pressionam, bancos seguram o índice

As ações da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR4) caíram 1,43% e 1,37%, respectivamente, pressionadas pela queda das commodities no mercado internacional. Segundo Leandro Martins:

“A Vale já tinha cumprido um objetivo de curto prazo, agora faz pullback. Já a Petro está num suporte perigosíssimo nos R$ 30”.

Apesar disso, o setor financeiro impediu uma queda mais acentuada do índice. Banco do Brasil (BBAS3), Bradesco (BBDC4) e BTG Pactual (BPAC11) se destacaram positivamente.

“O setor financeiro está segurando o Ibovespa na unha hoje. O BBDC até mudou de nome: agora é ‘bebê subir’”, ironizou Leandro, que também destacou o rompimento técnico de BPAC11 em topo histórico.

WEG despenca, mas pode virar oportunidade

A fabricante de motores elétricos WEG (WEGE3) teve uma das quedas mais expressivas do dia, caindo mais de 10% após a divulgação do balanço. No entanto, para Leandro, esse pode ser apenas um movimento técnico:

“A WEG tá ruim, mas tá boa. Ela foi buscar o gap do fim de fevereiro. Agora faz um novo gap. É ruim, mas é bom também. Quem sabe vem uma nova oportunidade”.

Martins ainda alertou que o gráfico mostra um “buraco mágico” — um gap de cerca de 6% — que pode ser fechado futuramente. A recomendação é proteger-se com stops, mas manter o papel no radar.

Azul (AZUL4): decolou? Não. Caiu forte

Outro destaque negativo do dia foi a Azul (AZUL4), que acumulou queda superior a 50% no mês. A empresa anunciou novo financiamento de R$ 600 milhões, mas não conseguiu reverter o pessimismo após captar apenas R$ 1,6 bilhão em sua recente oferta primária.

“Azul virou red. Lembra da Vasp, Varig, Transbrasil? Setor aéreo é igual varejo: complicado sobreviver no longo prazo”, alertou o analista.

Construção civil: trio de ouro na bolsa

Apesar da alta da Selic, o setor de construção civil vem atraindo atenção dos investidores desde o início do ano. Leandro destacou o bom momento de Helbor, Cyrela (CYRE3) e Eztec (EZTC3), com destaque especial para a primeira:

“Helbor rompeu congestão para cima. Dos três, é o ‘melhorito’ do momento”.

Segundo o analista, grandes gestores já se movimentam para aproveitar a possível virada do setor com a expectativa de queda nos juros em breve.


Conclusão: cautela na véspera de feriado

O dia foi marcado por baixa liquidez típica de véspera de feriado e muitas incertezas vindas do exterior. Leandro Martins finalizou com um aviso:

“Pela lei de Murphy dos mercados, se você for viajar no feriado, é aí que a bolsa costuma cair forte. Então o melhor é ficar de fora.”

Para quem acompanha o mercado com atenção, o recado do analista é claro: é hora de proteger ganhos, observar o comportamento dos setores e preparar-se para “mares revoltos”, como ele definiu.

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