Pessoal da TI está queimado demais

Os profissionais da área de TI lideram o ranking do burnout, como é conhecido o estado de exaustão física, emocional e mental causado pelo estresse crônico no trabalho.

Segundo uma pesquisa da Telavita, uma empresa de soluções digitais de psicologia e psiquiatria no Brasil, nada menos de 42,5% dos profissionais da área já apresentam a síndrome completa.

Outros 38,1% relatam sintomas claros de esgotamento. É o maior índice entre as diferentes áreas analisadas. 

Em segundo lugar vêm Administração e Finanças, com 38,1% em risco alto e 40,7% com sintomas de esgotamento: Marketing e Vendas (37,9% e 39,8%); Operação e Produção (34,6% e e 43,2%) e Serviços Gerais e Atendimento ao Cliente: (31,4% e 44,2%).

“Profissionais de TI estão cada vez mais sobrecarregados por demandas contínuas, prazos apertados e um ambiente de constante mudança. A pressão por performance, aliada à hiperconectividade, cria o cenário perfeito para o esgotamento”, afirma Aline Silva, psicóloga e diretora Clínica da Telavita.

O termo burnout entrou em circulação em a partir de 2022, quando a síndrome foi incorporada à lista de classificação internacional de doenças da Organização Mundial da Saúde (OMS).

De uns tempos para cá, começou a se falar numa crise de burnout no país. 

Em 2024, os afastamentos por burnout no país chegaram a 4.883 casos, segundo o Ministério da Previdência Social. É mais de 10 vezes mais o registrado em 2023.

Essa é a principal estatística disponível, mas vale frisar que esse número só contabiliza os afastamentos do trabalho por mais de 15 dias.

Quanta gente realmente tem um problema é tema de especulação. 

A Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT) fala em 40% das pessoas economicamente ativas.

“Estamos diante de um problema ocupacional grave que precisa ser tratado com seriedade pelas organizações. O burnout não é apenas um diagnóstico clínico, é um alerta de que algo está estruturalmente errado na forma como estamos trabalhando”, afirma Silva. 

MULHERES SOFREM MAIS

Embora o setor de TI concentre o maior índice de burnout completo, o estudo também revela que mulheres na alta gestão são o grupo com maior incidência proporcional: 66,67% já enfrentam a síndrome. 

Entre os profissionais de liderança intermediária (gerentes e coordenadores), 40,8% estão em risco alto. Já no nível operacional, o esgotamento afeta mais de 50% das mulheres e quase a metade dos homens.

Entre os jovens de 18 a 25 anos, mais da metade (51,94%) já inicia a carreira em estado de esgotamento — um dado preocupante para o futuro do mercado de trabalho. 

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